24 de fevereiro de 2016

PEDRA FRIA EM DIA CÁLIDO


De volta ao desenho in situ, aqui na urbe. Uma rua sem carros, casas coloridas, a torre de uma igreja (what else?, Braga will be Braga), as traseiras da Arcada, arcada também. 18ºC em Fevereiro! Mas o meu rabo gelado, porque sentado no degrau de pedra. E um desenho certinho, teimosamente certinho:


Depois, em casa, as cores, numa paleta variegada e vibrante, em honra deste calorzinho fora de estação (e também porque não consegui escurecê-las decentemente, pffff):



22 de fevereiro de 2016

PEOPLE GOING BY


The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people going by
Louis Armstrong ("What a wonderful world")

É muito giro observar pessoas a passar na rua, embrenhadas nos seus assuntos e com o fito dos seus destinos. Algumas vão absortas; outras falam sem parar. Há as que vão relaxadas; outras passam esbaforidas. Estas que aqui tentei desenhar, em escala reduzida (2cm por figura), foram captadas em Paris, em frente à Opera, quando eu, sentada na escadaria, fazia horas para apanhar o comboio que me levaria ao aeroporto. Daí a diversidade étnica e de indumentária dos transeuntes, entre os quais até se via uma japonesa de kimono:


Não há como a figura humana para dar vida e alma a um desenho! Claro que o problema é apanhar as pessoas sem parecerem zombies ou bonecos articulados. Tenho um triste cadastro de mostrengos nos meus cadernos... Mas toca a praticar, e talvez a coisa vá!

16 de fevereiro de 2016

UM CAFÉ EM CRACÓVIA


Dá para a Praça do Mercado, tem um certo toque Art Deco, floreado e orgânico, e com a sua esplanada primaveril é uma pequena pérola no coração da cidade. "Europejska", diz no letreiro verde forte:


Eu entrei, claro, para me proteger do vento e para tomar uma bebida quente. O interior, forrado a madeiras e veludos, com aquele ar de casa da avó, acolheu-me como o abraço de um velho amigo.


13 de fevereiro de 2016

DE CALECHE PELA PRAÇA


Estive na Polónia há dez anos, num intercâmbio docente Erasmus que me levou a Cracóvia e a Krosno. Sabia que Cracóvia era considerada a cidade mais bonita do país - monumental e histórica, mas também pitoresca e romântica. E não fiquei desiludida! A enorme Praça do Mercado, com a Basílica de Stª Maria num dos lados, é encantadora. Várias caleches percorrem o perímetro, mas eu, que prefiro como turista não fazer figuras mais tristes do que as estritamente necessárias, abstive-me, claro. Pude no entanto contemplá-las, no seu charme retro, com o recorte renascentista do mercado e a torre gótica da basílica ao fundo:


Estávamos em Maio, mas enquanto que em Portugal já faziam 25ºC, fui encontrar lá uns 13º-14º. Alguns afoitos (como o do kilt, abaixo) já se atreviam com manga curta, mas o wind chill pedia casacos - dos quentes, de preferência, que faltaram na minha mala! Aqui, vê-se a fachada oposta do mercado, com a torre da Câmara a surgir por trás, e eu a disfarçar os arrepios:


12 de fevereiro de 2016

A PRIMEIRA CIDADE DO ALFABETO


Se não o é, perfila-se como boa candidata, já que começa não só com um "a" mas com dois. Aarhus - que se pronuncia "Orruss" - é a segunda maior cidade da Dinamarca, e no entanto é uma localidade sossegada e clean, com um rio domesticado e uma agradável zona de cafés e restaurantes nas suas margens. É justamente essa zona, por onde deambulei numa escapadela do congresso, que este desenho evoca:
Se no último "post" saímos da cidade e fomos ao castelo, desta vez mostro Aarhus downtown. Não se pode dizer que seja uma paisagem urbana marcante ou que cause muito entusiasmo. A paleta é incaracterística, os prédios muitas vezes banais e, no final de Agosto, as esplanadas já têm os aquecedores ligados. Mas não se vê pobreza nem degradação e tudo funciona sem problemas. É a cara e a coroa dos países nórdicos.

3 de fevereiro de 2016

O CAVALEIRO DA DINAMARCA


O cavaleiro não o vi, mas o castelo dele – ou que poderia ser dele, a Sophia que confirme – sim. Foi em 2008, nas imediações de Aarhus (mais concretamente em Auning, uns quilómetros a nordeste), que visitei este castelo encantador: Gammel Estrup. A construção mais antiga é do séc. XIV, mas li que foi com as sucessivas gerações da família Skeel, uma das mais importantes da aristocracia dinamarquesa, que ao longo dos séculos seguintes o castelo conheceu o apogeu. Em 1930 foi transformado num museu. Visitei-o com os colegas de uma conferência internacional, numa excursão de uma tarde de Agosto. Aqui está a minha versão do que vi:


E aqui estou eu, de crachá ao peito e saco da conferência na mão, recém apeada do autocarro: