9 de setembro de 2015

BICICLETAS E CANAIS


Começo hoje neste espaço uma rubrica de "memórias". Trata-se de locais onde estive mas a que só agora dedico um desenho. Pretendo com isto guardar uma cronologia, embora aleatória, das minhas andanças por tantos sítios deste mundo e, assim, recordar melhor o que deles guardo e que me marcou.

Data de 2005 a minha visita a Amesterdão. Dez anos é muito tempo, mas a paisagem urbana da cidade é uma daquelas que se mantêm quase inalteráveis, um pouco cristalizadas até, ao longo dos tempos. Este desenho podia por isso, julgo, ter sido feito hoje. É uma vista banal, de um dos múltiplos conjuntos de fachadas ao longo dos canais. O hotel onde ficámos é o prédio branco mesmo ali no centro - o Ambassade.


Nesta fotografia, tirada numa ponte próxima daquela onde se capta a imagem acima, vêem-se os três símbolos da cidade: os canais, as bicicletas e... as sex shops. Eu apareço já preparada com o meu "outfit" pretensamente profissional para ir dar a minha comunicação à Vrije Universiteit. E estou constipada. Em Julho! O Verão holandês não é exactamente como o nosso...


Mas muito mais importante do que a comunicação académica, para mim, foi a visita ao Museu Anne Frank. Durante algumas horas, entra-se no espaço real onde ela, menina tão sensível e criativa, se escondeu – e quase escapou. Quase. Recomendo vivamente a todos os que estão a pensar visitar Amesterdão. Em mais de 20 anos de viagens, poucas coisas me tocaram tanto.

16 comentários:

  1. Bem Miú, este desenho supera-te! Está mesmo mesmo bom. Sinto-me totalmente num canal de Amesterdão! Que bom, matar saudades! Parabens!

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    1. Obrigadíssima, Teresa, pelo teu comentário entusiasmado!
      Pois, a ideia é mesmo ir matando saudades de viagens que fizemos e que aos poucos vamos esquecendo...

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  2. E que belas memórias conseguiste passar para este desenho lindissimo!! A cada novo desenho vais revelando mais e mais do teu talento!
    Um abraço querida!

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  3. Fantástico. Fantástico!! Voltar a ver os desenhos que se fez é reviver, presenciar de forma eterna o momento.

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  4. Está muito bom Miú, belas memórias :)

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  5. Eu também visitei esse museu que foi a casa dela e foi algo que também me marcou muito. Entre muitas razões pelo pouquíssimo espaço que tinham para viver fechados durante tanto tempo.

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    1. Sim, um espaço diminuto mas cheio de humanidade! Um exemplo de como, mesmo nas situações mais extremas, se luta por manter a dignidade... E tantas coisas naquela família que poderiam ser da nossa família! Enfim, um abanão profundo, impossível de esquecer.

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  6. Un bello recuerdo y un dibujo bien explicado. Oh, los recuerdos!! No he estado en Amsterdam, salvo unas horas en el hotel del aeropuerto por un fallo de horarios entre el vuelo que venía de Irlanda y su conexión con el de Barcelona. Pero no vi bicicletas, ni tiendas ni canales... Qué pena! Me hubiese gustado dibujar todo eso.
    Hace ya 10 años... Debías ser una niña!!
    Un abrazo.

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    1. Tem que voltar a Amesterdão, Joshemari. Com o seu imenso talento aquelas ruas e canais ficarão optimamente representados.
      Um abraço
      PS - Uma menina? Ahahah! Já tinha uma filha de 13 anos. :)

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  7. Lindissimo desenho e ótimo post -- nunca fui a Amsterdã mas me fascina a cidade, Anne Frank e os pintores.

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    1. Fico tão feliz que tenha gostado, Karina!
      Você tem que ir visitar a cidade, sabe? Obrigatório!

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  8. Olá Miú,
    Mais que o seu desenho, que como sempre está lindíssimo... Foram as suas palavras que me despertaram a curiosidade, porque Holanda faz parte dos nossos planos para viajar! Eu para conhecê-la, o meu marido por saudades do tempo que lá andou! E o que eu gostava de conhecer o espaço onde Anne Frank viveu... Uma pessoa quando lê o livro imagina, mas ao vivo deve ser uma sensação inexplicável. O seu desenho tem tantos detalhes, é absolutamente absorvente no bom sentido claro :-)
    Beijinhos grandes***

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    1. O esconderijo da Anne Frank não se vislumbra da rua, apenas das traseiras da casa, sendo uma verdadeira surpresa para quem lá entra. A porta de acesso fica por trás de um armário, que desliza, deixando à vista uma passagem mínima onde só agachado se cabe. Depois, o quarto dela e da irmã, cheio de desenhos, fotografias, poemas e recordações, é de partir o coração...
      Um beijinho para si, Joana!

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