24 de março de 2016

AS GÉMEAS


Na glória e na tragédia. Vi-as ao vivo, como já aqui alardeei, cinco meses antes da queda. Nessa visita a Nova Iorque em 2001 vi-as primeiro ao longe, e a impressão foi singular. O skyline era, com elas, tão desproporcionado como espantoso:


Captei esta vista do ferry que faz a ligação entre Manhattan e Staten Island e nunca mais a esqueci. Como poderia?


Depois, vi as Torres Gémeas bem de perto. Subi ao terraço da Torre 2, nada modestamente chamado "Top of the World Observatory", num elevador que nos pôs a 410 m do solo (108º andar, mais dois de escadas) em apenas 45 segundos. E do deck pasmei, literalmente, para a vertigem das alturas e para a imensidão da paisagem urbana. Curiosamente, tive ali a mesma ilusão de óptica que é costume ter-se ao olhar para o cimo de uma torre ao lado da qual passam nuvens: parece-nos que oscila e vai cair. Dali de cima, também parecia que o chão longínquo se movia e que a qualquer momento a torre cairia. Bom, que sorte a minha ser ainda Abril! A torre viria a cair, sim, mas como todos sabemos em Setembro, vitimando outras pessoas, tantas, muitas decerto como nós, que ali teriam ido inocentemente, numa bela manhã de sol, admirar a vista sobre o rio Hudson e a Brooklyn Bridge.


11 comentários:

  1. Gosto do ângulo, dá a sensação que nos vamos a aproximar.
    :)

    ResponderEliminar
  2. gosto do cinzento deste céu, parece ameaçar tempestade ...

    (como é que aquilo tudo veio abaixo em coisa de minutos?)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pelos vistos a primeira torre a ser atingida, a Torre Um, a Norte, aguentou a pé mais de uma hora, com os incêndios a consumi-la. Depois, ruiu em cerca de dez segundos. Continua a dar-me calafrios rever o que se passou.

      Eliminar
  3. Minha querida caçadora de desenhos... este é talvez o único desenho que me deixa algo triste. Mas está perfeito:)
    Uma Santa Páscoa recheada de afectos!
    Beijinhos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Querida Manela:
      Também a mim me deixa triste pensar nisto, sempre e de cada vez que o faço. Nunca mais voltei a Nova Iorque, mas creio que ir ao Ground Zero e ao novo edifício me vai causar muita emoção.
      Beijinhos
      (PS - O teu servidor profissional enviou-me um email teu antigo e devolveu um meu em resposta. :D Está a tentar boicotar as nossas conversas! Vou escrever-te para o outro.)

      Eliminar
  4. Estes registos são um exemplo de para que serve o desenho em diário gráfico; registo para memória futura!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, Paulo, desenhar para não esquecer, ou para deixar uma marca no passado...

      Eliminar
  5. Unos magníficos recuerdos Miú. La pena es que unos meses después todo acabó de aquella manera tan dramática. Seguro que en tu interior habrá quedado un recuerdo triste. Pero lo has vivido y eso es para toda tu vida.
    Un buen dibujo, amiga.
    Un abrazo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, Joshemari, são recordações com um travo amargo, não do que foram de facto mas do que poderiam ter sido...
      Muito obrigada e um abraço!

      Eliminar