Com o diminutivo parece algo de romântico, quase adolescente, lembrando beijinhos de namorados. Mas esta praia de Leça tem umas rochas dramáticas, escarpadas, cheias de arestas e bicos perversos. No inverno impõe respeito, mas no Verão também não é exactamente convidativa para banhos. Desenhei-a já em Setembro, numa manhã com uma aragem fresca e quase ninguém na praia:
Uma semana antes, um homem de 67 anos morrera ali mesmo, no rebentar das ondas. Segundo as notícias, não se chegou a aperceber do perigo que corria, pois não pediu socorro. A primeira onda embrulhou-o, a segunda atirou-o para as rochas, à terceira já estava sem sentidos. Beijo?... Beijo da morte, talvez.
Mas olhando para a direita, a paisagem torna-se mais domesticada, com barracas, sinalética e e esplanada do restaurante Fuzelhas. Desenhei-a também, num esboço muito rápido, que pensei descartar. Mas aqui o deixo, para marcar a estação balnear que agora finda, com uns banhistas algo incongruentes deitados directamente sobre a areia:
Que história triste! Mas as aguarelas estão muito bonitas! Sempre tive um fraquinho por aguarelas com paisagens destas de praia, e estas ficaram muito bem.
ResponderEliminarObrigada, Paula. Fico contente que tenhas gostado das aguarelas.
EliminarMas a história é muito triste, sim. Entretanto corrigi a idade do homem que morreu.
Tecnicamente, "beijinhos" são uns pequenos búzios que se encontram muito pelas praias do Norte.
ResponderEliminarAs praias de Leça, Cabo do Mundo e Lavra desde sempre que fizeram vítimas. E esta não há-de ser a última, ainda mais porque os veraneantes insistem em ignorar as condições adversas.
Sim, tem razão mais uma vez, Carlos. Sei que o nome vem daí, dos búzios-miniatura. Também os há nas praias de Ofir e Marinhas.
EliminarAinda bem que não descartaste:) Estão límpidos e fresquinhos!
ResponderEliminarPesar dos erros, pesar dos erros... Mas lá se safaram!
EliminarObrigada, Teresa!
Sim, triste história mas frescos desenhos.
ResponderEliminarUm cenário que tanto serve um episódio romântico assim como uma história dramática.
É bem verdade, Luís. Todos os sítios podem testemunhar o bem e o mal...
EliminarAs aguarelas estão lindas... Quanto ao resto, temos de ter muito respeito pelo perigo! Beijinho
ResponderEliminarOra pois, Manela! É isso mesmo.
EliminarObrigada e um beijinho!
Ohhhh, uma das minhas praias de infância. Aqui costumávamos apanhar muitos beijinhos (uns búzios claros muito pequeninos), que muitas vezes são difíceis de encontrar.
ResponderEliminarBeijinhos *
Pois, lá está, Joana, é daí que vem o nome da praia. Mas olha que hoje em dia já mal se vêem.
EliminarBeijinhos
De vez em quando gostamos de ir dar um passeio para Leça. É um sítio muito bonito, dá para andar a pé à beira-mar e transmite uma certa paz. Gosto dos desenhos Miú, embora a história do senhor seja triste. Beijinho.
ResponderEliminarÉ onde eu passo agora todos os fins-de-semana, Joana. Mas a marginal de Leça é um pouco inóspita, muito desabrigada... E tem estado imenso nevoeiro! Sol no interior, mas nevoeiro cerrado na costa. E menos 10ºC, acreditas? Ontem estavam lá 19,5º ao fim da tarde, ao passo que em Braga marcava 27º.
EliminarBeijinho
Ese paisaje de rocas y mar, tiene algo que atrae. Y posiblemente sea la trampa que a muchos ha cautivado y encontrado allí mismo, la desgracia. Beso o no tus acuarela es preciosa. Me encantan esos colores y esa olas... Te felicito.
ResponderEliminarLa otra, una imagen menos idílica y más transformada por el hombre, pero es lo que tiene la playa y tú nos lo has querido enseñar.
Un abrazo.
É isso mesmo, Joshemari, disse tudo! É um encantamento perigoso o que estas praias rochosas exercem... Pessoalmente, não corro perigo, porque sou demasiado cobarde / preguiçosa para me fazer às ondas. :) E porque tenho obviamente consciência de que seria o meu fim, fraca nadadora que sou.
EliminarUm abraço!