19 de junho de 2018

REFLEXOS DE VENEZA


“[Venice]… is still left for our beholding in the final
 period of her decline. (...) We might well doubt, as we watched
her faint reflection in the mirage of the lagoon,
which was the City, and which the Shadow."
John Ruskin (1851), 
The Stones of Venice,
Vol. I, ch. I, § 1


Chamam-lhe a Cidade das Pontes, mas é na água e seus inúmeros reflexos que a identidade de Veneza parece construir-se. Com tantos cursos de água, e com uma luz tão meridional, Veneza duplica-se a cada passo, em cada esquina, sobre cada pedra, ao ponto de quase hesitarmos sobre qual das duas preferirmos, como diz Ruskin: se a verdadeira, se a reflectida — se a realidade, se a sua sombra... Deixo-vos com este dilema platónico, sob forma de cor e sol, no penúltimo dia da minha visita de Maio a Veneza:


E aqui fica também o sketch, feito no local com meia dúzia de linhas, como eu gosto mas poucas vezes consigo:

6 comentários:

  1. O Ruskin era um pedófilo. Sorry but true.

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    1. Obrigada pela informação, ainda que me pareça que carece de validação.
      E não tem nada que pedir desculpa. O Ruskin, seja qual for a verdade dos biógrafos, não é da minha família. ;)

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  2. Miú, parabéns por esta aguarela tão luminosa.

    Quanto aos "fulanos" deste mundo, apetece dizer: "None of your busyness". :-)

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    1. Teresinha, minha cara senhora, fico sensibilizado com tão amáveis palavras, mas "busyness" não leva Y grego. Pensei que fosse uma bibliófila, a avaliar pelo seu perfil, mas enganei-me. Sem ofensa.

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    2. Obrigada, Teresinha, pelo gentil comentário. É sempre bom vê-la por aqui.
      Um beijinho

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    3. Só agora me dei conta deste diálogo, porque recebi notificação de mensagem nova e vim ver.

      Miú: obrigada eu, o prazer é todo meu.

      Exmº Sr., cujo nome não tem a hombridade de revelar: acertou, sou de facto uma bibliófila, mas isso não implica que seja poliglota. O meu inglês não é famoso, admito, e agradeço a correcção. Escreve-se "business", sim, com "i" latino. Já no francês me sinto um pouco mais à vontade. E posso, por isso mesmo, traduzir o que disse para a língua de Racine: "Vous n'y avez rien a voir". Refiro-me às vidas dos outros, sobre as quais atirou aqui rumores. Passe bem.

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