31 de agosto de 2025

O »MEU» ARMANDA PASSOS

Saio aqui do meu registo habitual, para prestar homenagem a uma das minhas pintoras favoritas: Armanda Passos (1844-2021), artista do Porto com linguagem universal. Usei acrílico e aguarela sobre papel, de dimensões bem maiores (50x65cm) que o A5 em que costumo desenhar. 

Nesta composição, tentei reproduzir os estranhos répteis, peixes e pássaros que pairam em torno de mulheres ambíguas, entre o sagrado e o profano, o sublime e o terreno. São tantos e tantas que vou mostrá-los mais isoladamente:


De todos os bicharocos, o meu filho, de 14 anos, disse preferir o passarão no centro, com penas de pavão, apoiado na anca da matrona-mor.  

29 de agosto de 2025

ERVA-DOS-CACHOS-DA-ÍNDIA

Colhi este raminho numa valeta em pleno Gerês Também conhecida por "tintureira", é uma espécie dita invasora, com origem na América do Norte (nome científico: Phytolacca Americana), vendo-se bastante no norte de Portugal. Aqui ainda em flor, a tintureira adquire bagos gordos, de um preto azulado, formando um cacho vistoso sobre um caule roxo. Como muitas coisas vistosas, é enganadora -- e perigosa: todas as partes da planta são tóxicas:


Tenho pena de não ter trazido um cacho maduro. O segundo que tentei desenhar estava ligeiramente mais carnudo, mas longe da maturação total:

28 de agosto de 2025

MAR, GAIVOTAS E FLORES SILVESTRES

Nunca me canso do mar de Leça. Desta vez, acrescentei-lhe duas inquilinas de direito e um pezinho de dedaleiras, colhido à beira da estrada.

Aqui fica o mar:

...as gaivotas:

...e as flores silvestres (dedaleiras ou digitalis purpurea):

E agora as duas páginas:

27 de agosto de 2025

PERSPETIVAS DE "O BEIJO"

A escultura de Rodin é perfeita de todos os ângulos, contrariamente às versões bidimensionais que aqui mostro. Mas foi um prazer percorrer com a caneta linhas tão suaves e fluidas. (A cor é pura fantasia, claro! 😊)

25 de agosto de 2025

AUTO-RETRATO EM CONTRALUZ

A imagem, a linha e aguarela, evoca uma tarde serena de Agosto, em que desenho no meu caderno novo. Estou num quarto fresco, quando lá fora o calor abrasa. Serenidade, desenhos e Verão: só prazeres, portanto.

24 de agosto de 2025

PINHAS E BOLOTAS

Um desenho fora de época, com tons outonais ou até natalícios, mas o tempo nas férias não se rege pelo relógio nem pelo calendário…

23 de agosto de 2025

TRAJES MENORES

Mais um apanhado de gente em trajes menores, totalmente alheios à quase completa nudez que exibem. É um dos mistérios da praia, onde os códigos de pudor e recato subitamente se esfumam para dar lugar a um registo de displicente liberdade.


20 de agosto de 2025

BUGANVÍLIAS

 ... do Algarve, claro, onde abundam em viço e glória:


Pu-las no meu caderno ao lado da Falésia, perto da qual colhi este raminho:

10 de agosto de 2025

PRAIA DA FALÉSIA

Juntem a arriba (típica do Algarve) com a largueza (rara no Algarve) e obtenham uma simples maravilha. E aqueles tons de terracota? Está decidido: é a minha praia preferida!

Aqui o desenho no local:

E que feliz fico de gozar Agosto inteiro sem passar por aeroportos...

9 de agosto de 2025

ABÓBADAS NA SALA DE ESTAR

Não é todos os dias que podemos ler o jornal (ok, ou fazer scroll no telemóvel) numa sala enorme cujo teto lembra as catedrais góticas:


Este convento -- S. Paulo, no Redondo -- deu-me pano para mangas, tantas eram as coisas "desenháveis"... Mas com isto termino este capítulo da minha narrativa de férias. Passemos ao seguinte!

8 de agosto de 2025

PEQUENO-ALMOÇO NO CLAUSTRO

Portugal ainda tem destas coisas: claustros genuínos, conservados sem intervenções violentas, onde se toma o pequeno-almoço. Um pequeno luxo, de tranquilidade e frescura, no meio de nenhures:

7 de agosto de 2025

MERGULHO NO VERÃO ALENTEJANO

Ainda a Serra d'Ossa, ainda a serenidade... No Convento de S. Paulo, na zona do Redondo, a piscina é das mais encantadoras que já vi: construída na colina, tem muros caiados de branco puro e laranjeiras em redor. A paisagem espraia-se, impoluta, pelos desníveis suaves da serra, sem uma única construção à vista, apenas árvores e as ondulações do terreno... Como se fosse pouco, é uma daquelas piscinas antigas, fundas, onde se nada a sério, sem pé, com o zumbido das cigarras em redor:

E o chuveiro? Vejam-no, envolto numa trepadeira silvestre:

6 de agosto de 2025

AO CREPÚSCULO NO CONVENTO

O Convento de São Paulo é belo de todos os ângulos e a todas as horas. Quando cai a noite, as luzes exteriores acendem-se e a fachada da igreja assume tons dourados, que o calor alentejano acentua:

A temperatura estava generosa mesmo ao fim do dia mas, ali na serra, há sempre uma leve brisa que refresca:


No interior, quis desenhar as lamparinas de azeite que, ao longo dos corredores, os iluminam tenuemente. E, de volta ao quarto (ou o que foi em tempos uma "cela" dos frades), apeteceu-me captar a cómoda, o candeeiro e a porta. Ok, admito que aquele jogo de luz e sombra ficou muito longe da realidade, mas aqui deixo o registo:

5 de agosto de 2025

AZULEJOS CONVENTUAIS

Nos longos corredores do convento de S. Paulo, no concelho do Redondo, os painéis de azulejos são uma maravilha. Tentei desenhar o friso superior de uma das inúmeras cenas bíblicas que ali se podem ver:

Encaixei o desenho nas páginas já aguareladas:


No final, o meu caderno ficou assim:

4 de agosto de 2025

JANELA COM VISTA SOBRE A SERRA

No Convento de S. Paulo, na Serra d’Ossa, os dias passam devagar. E há tanto para desenhar! Desde logo, a pequena janela do meu quarto, com a namoradeira de pedra, forrada a azulejo:


E as vistas sobre a serra alentejana? Lindas! Em ângulo de 160º, tentei captar a extensão do olhar. À direita, uma das alas externas de quartos; à esquerda, o bar; ao fundo, o Alentejo a perder de vista:


E aqui, apenas o desenho, a que seria acrescentado ainda um friso de azulejos do interior do convento: