26 de outubro de 2024

O BOM GIGANTE

A deixa do Inktober para o dia 21 era "Rhinoceros". Esta eu quis mesmo desenhar. É um animal particularmente interessante, com aquele físico gigantesco, o ar pré-histórico e aquela natureza pachorrenta dos herbívoros. 


Este é o rinoceronte-branco, que se distingue do seu irmão africano, o rinoceronte-negro, não pela cor (são ambos de um cinzento acastanhado) ou pelo desenho do corpo, mas pelo formato do crânio, das orelhas, dos chifres e, em particular, dos lábios. O rinoceronte-branco tem o crânio mais comprido, as orelhas mais pontiagudas, o chifre dianteiro bem maior e os lábios largos ao invés de bicudos. Aliás, o formato do focinho valeu-lhe o cognome de "rinoceronte de lábios quadrados". "Wyt" é a palavra afrikander para "largo" (ou seja, "focinho largo"), mas os ingleses interpretaram-na erradamente, não como "wide", mas como "white", passando a chamar a espécie assim. 
     Este bom gigante pode pesar três toneladas e meia, sendo por isso o segundo maior animal vivo. Vivo por quanto tempo? Resta saber. Estando em vias de extinção, é uma dor de alma encontrar online, à vista de todos, os sites de caça ao rinoceronte. Um crime.

23 de outubro de 2024

O CALHAMBEQUE VERMELHO

A deixa do Inktober para o dia 18 foi "drive" e veio a calhar, pois eu gosto de desenhar carros -- ou algo que se possa guiar, vá. O veículo que aqui trago é pouco parecido com um carro, ainda menos com os carros de hoje em dia. Mas não admira: é um carro de bombeiros, e data dos anos quarenta. O mais engraçado é que é descapotável, ou melhor, "descapotado", pois em rigor não tem capota: os bombeiros iam ali todos ao vento, com as mangueiras a postos e as sirenes a silvar...

Dei de caras com este exemplar vetusto numa parada de bombeiros. Enquanto desciam a avenida, com os seus bombos, tambores, estandartes e capacetes dourados a rebrilhar ao sol, viam-se estacionados cerca de uma dúzia de carros de bombeiros de museu. Eu, que tinha trazido o meu bloco e caneta, aproveitei para fazer um esboço no local, mais gato menos gato:

22 de outubro de 2024

HORIZONTE VERDE — OU AZUL?

Foi a deixa do dia 12 do Inktober. Com dez dias de atraso, aqui está o meu horizonte: uma paisagem da Suíça, que fiz estas férias e que ainda não tinha pintado. É mesmo verdade: aquelas montanhas da Heidi, com prados verdíssimos a perder de vista, existem na realidade! E são lindas. A linha do horizonte perde-se cada vez mais longe, em verdes progressivamente mais azuis, mais esfumados:


Aqui durante um dos percursos da viagem de comboio, que nos levou de Lausanne a Gstaad:

14 de outubro de 2024

SOL

Mais uma batotice: venho mostrar a deixa do dia 9 no dia... 14! Glup. O que vale é que o Inktober não tem policiamento, nem multas, nem juros, nem hipotecas. Se não conseguirmos acompanhar, ou se dermos um ou outro pontapé no calendário, continua tudo bem 😊. O meu "sun" é um sol a pôr-se, com aqueles tons ricos que às vezes o embelezam. Tentei a técnica do molhado-sobre-molhado e é tão divertido borratar tudo! Portanto: vivam as batotices -- e as borratadas! 

12 de outubro de 2024

OS BINÓCULOS DO MEU PAI

Está foi a deixa do dia 5. Reparem no atraso que já levo no Inktober!... É escusado. Mas aqui deixo o meu par de binóculos. Eram do meu pai, e eram para levar ao teatro. Devem ter aí uns 70 anos... Sim, usados na década de 50 e 60. Daí o verdete e o descolorado de algumas zonas de metal. Olho para eles e emociono-me um bocadinho. Eram do meu Pai.

4 de outubro de 2024

EXÓTICO

Bem, se um papagaio não é exótico, não sei em que estariam a pensar os do Inktober para este dia 4. Ou melhor: sei, mas de entre outras dezenas de possibilidades, eu não resisto a esta profusão de cores. E é um bom pretexto para voltar aos papagaios, que já desenhei aqui e aqui.

3 de outubro de 2024

AS MINHAS BOTIFARRAS

 E chegámos ao dia 3. O Inktober propõe "Boots". Pois vamos lá a desenhar umas botas. Fui buscar umas minhas, que me dão ótimo caminhar, mas que não devem nada à elegância. São uma espécie de Doc Martens com meia elástica incorporada. Não se riam: há momentos para tudo, e para andar de botifarras também.

1 de outubro de 2024

UMA MOCHILA

Com a preguicite instalada e de malas arrumadas, só um desafio de desenho me tira da modorra. O INKTOBER (ou, se quisermos em bom português, o TINTUBRO) costuma ter esse efeito em mim, embora a minha determinação para o cumprir todos os dias vá vacilando consoante as deixas.  A primeira do mês é "backpack" e eu aqui estou para deixar a minha contribuição. Em rigor, "tinta" é só linha, ou só caneta, sem cor, mas muitos dos participantes do desafio online optam por colorir -- como eu:


Fica aqui também a lista... e muito trabalhinho pela frente!

23 de agosto de 2024

PRAIA, OUTRA VEZ

Mais um Verão e, mais uma vez, praia! Estes banhistas olhavam todos na mesma direção, a contemplar as ondas já atrevidas que subiam subitamente e apanhavam as toalhas e paraventos dos mais distraídos. Dizia-se que eram as marés vivas de Agosto.

22 de julho de 2024

ZOO DA MAIA

Muitas riscas, bigodes, plumas, cores, saltos, movimentos... e muitos "gatos" no meio dos animais selvagens! Foi este sábado, dia 20 de julho, no 125º Encontro PoSk, no jardim zoológico da Maia.

Os dois de cima dispensam apresentações, mas os três de baixo (um repetido), sobretudo porque se mexiam freneticamente, ficaram um pouco fantasiosos: um veado "ladrador", um grou-coroado e um lémure-de-cauda-anelada. 

E aqui fica o bem-disposto grupo da tarde, a que me juntei já a dita ia adiantada:

19 de maio de 2024

TORRE DO LIDADOR

 O 122º Encontro dos POSK, no dia 11 de maio, foi no coração da Maia, em pleno edifício da Câmara Municipal. A moderníssima Torre do Lidador, espelhada, tem um formato oblongo que lhe valeu o epíteto de "Isqueiro". Mas as minhas "lides" com o Lidador não tiveram chama, devo dizer. A nossa incumbência era desenhar a Maia desde lá do alto da torre. Eu, fiada em como haveria sítios onde sentar, não levei a minha cadeira portátil, pelo que tive de desenhar de pé, com uma mão a segurar o caderno e outra a caneta, numa tremeliquice que já adivinham. Fiada também no sol lindo que estava, fiz a habilidade de não levar casaco, o que me garantiu uma bela pele de galinha. Estou a contar estas peripécias para justificar o mauzinho que me saiu o desenho, claro. Aqui está ele, já na versão borratada:

Aqui está também a prova circunstancial:

E, aqui, o grupo exibindo o fruto de uma manhã esforçada, com o horizonte marítimo escondido sob o nevoeiro:



Depois, descemos para tirar uma segunda fotografia, desta vez com a Torre ao fundo:

1 de maio de 2024

FLORES SILVESTRES

Apanhadas à beira-rio, estas flores serviram-me de modelo. À esquerda no caderno, pus o ramo minúsculo, que mal me cobria a palma da mão; à direita tentei desenhá-lo e, depois, pintá-lo. Ficou assim:

25 de abril de 2024

O "INVERNO" NO VERÃO

… Era o mês de FevereiroE o Inverno se fez VerãoDescobrimos um vulcão...

Sérgio Godinho, "Romance de um dia na estrada" (1971)

O meu segundo desenho do Encontro POSK 121, na Quinta de S. Gens, em Matosinhos, virou-se para o bosque. No meio do relvado, uma das esculturas de granito atribuídas a Nasoni estava mesmo a pedir que a desenhasse. Chama-se "Inverno" e é uma das quatro estações ali representadas. Com o sol tão quente que estava, em pleno abril, parecia que "o Inverno se fez Verão": 

Os difíceis verdes e o Inverno a espreitar por trás do caderno:

21 de abril de 2024

QUINTA DE SÃO GENS

O encontro POSK 121 teve lugar na Quinta de S. Gens, na Senhora da Hora, em Matosinhos. Aqui tão perto de Leça, e eu não a conhecia! É uma quinta enorme, constituída pelo chamado "castelo" (a casa senhorial que aqui mostro, construída no séc. XVIII), um lindo jardim, com estátuas, repuxo e bancos atribuídos a Nasoni, e um bosque, em tempos ocupado com terrenos de experimentação agrícola. Foi a Ana Isabel Lencastre, colega "poskiana" que ali trabalha como engenheira agrónoma, que organizou a nossa visita, com piquenique gentilmente incluído. No meu desenho, tentei a custo captar também os reflexos no laguinho central, cujo repuxo ficou fora do enquadramento:

O desenho no local, já com o sol bem alto:

E o grupo todo, com os desenhos da manhã:

14 de abril de 2024

UMA RUA QUALQUER

Fica no Porto, para os lados do Bonfim. Digo "qualquer" mas tem nome: Rua António Granjo. E tem também casas lindas, umas "Art Nouveau", outras "Art Déco" (em francês fica mais chique 😅). Foi lá que os POSK (Porto Sketchers) retomaram a sua atividade, depois de uma paragem para deixar passar as chuvas. E que bem soube rever os amigos e dizer olá aos pincéis! O meu primeiro desenho fi-lo sentada do lado esquerdo de quem sobe, à sombra, portanto. O sol estava escaldante, apesar de estarmos em abril. E captei algumas casas banhadas pelo dito, em sentido ascendente, além de uma furgoneta que ali estacionou e ali se manteve...

Aqui, o desenho "in situ":

  E, finalmente, o sorridente grupo exibindo o trabalho de uma tarde: