27 de setembro de 2016

HUGH JACKMAN A PARTIR DE LEIBOVITZ


Fazer o retrato da minha filha, que mostrei aqui, fez-me recordar o quanto sempre gostei de desenhar pessoas. O que trago hoje é algo de bem diferente, feito sem linha a tinta e com mancha de aguarela em camadas sobrepostas. Trata-se da minha versão de uma fotografia lindíssima de Annie Leibovitz. O actor aparece ataviado de personagem de Les Misérables, com sombras fortes e cores intensas no vestuário e no background - que eu, receosa de não lhes fazer justiça, optei por ignorar: 


Ok, sei que não está reconhecível, que o rosto ficou alongado demais e os olhos pequenos demais e que a distância do queixo ao ombro dá a impressão de um pescoço de girafa. Mas valeu pelo treino das sombras e da cor da pele em aguarela...

22 de setembro de 2016

NUMA PEQUENA ILHA


La Toja é uma ilhota ao largo de El Grove, nas Rias Baixas da Galiza. Perdão, agora escreve-se "A Toxa" e "O Grove", que me desculpem os independentistas galegos. Mas desde pequena que conheço estes locais com grafia e pronúncia castelhana! Estive lá no passado fim-de-semana, com sol e uma brisa já fresca, numa pausa bem-vinda depois do retomar das rotinas académicas. É uma paisagem encantadora, que eu infelizmente não cheguei a desenhar. O único desenho que fiz foi na piscina do Gran Hotel:



Eu sei, sou uma sacrificada. E acreditam que aquela água azul turquesa estava quentinha? A piscina era aquecida, mais tépida dentro do que ao vento cá fora:


"Buenísima!", disse alguém – um imperialista, sem dúvida, porque um galego deveria ter dito: "Moito boa"!

21 de setembro de 2016

VERDE NA TERRA, VERDE NO AR


Num país tão verdejante como a Irlanda, não admira que a cor da companhia aérea nacional seja...o verde. No final da minha viagem de seis dias, enquanto esperava num dos bares do aeroporto de Dublin, pus-me a desenhar os aviões. Os da Aer Lingus alinhavam-se lá em baixo, junto às mangas, num frenesim de cargas e descargas:





Já notei a popularidade deste tipo de desenho entre a comunidade sketcher, mas a minha produção dá-me vontade de rir: o primeiro avião, como me informou o meu meaningful other à chegada a casa, ficou "gordinho", parecendo-se com um avião de brincar. Paciência. A coisa foi melhorando conforme ia avançando para a direita. Fosse o papel mais espaçoso e o quarto avião, a existir, parecer-se-ia com um avião a sério! De uma coisa tenho a certeza: nunca o tempo de espera no aeroporto passou tão depressa...


Felizmente que consegui acabar o desenho antes de eles me fugirem, afastando-se rapidamente um a um na direcção da pista de descolagem.

18 de setembro de 2016

ENTARDECER EM DUBLIN


Tive uma sorte enorme com o tempo na minha viagem à Irlanda. Apesar de ter aterrado sob uma chuva persistente, no dia seguinte pôs-se sol – coisa rara por aqueles lados – que se foi aguentando por toda a semana. Em Dublin, junto ao rio Liffey, consegui fazer um desenho, mostrando parte da ponte de ferro para peões que aparece em tantos postais:



A tarde avançava depressa, pelo que tive de me despachar. E, concluído o esboço, lá o fotografei, como de costume, sobrepondo-o à paisagem desenhada:


Alguém me apanhou em plena ginástica fotográfica...


...ficando eu com mais esta recordação de Dublin.

13 de setembro de 2016

NUI - GALWAY


Retomo a publicação dos desenhos da minha viagem à Irlanda no fim de Agosto. Este foi feito no local do congresso, a NUI (National University of Ireland), em Galway. Mostra a fachada principal do edifício, de linhas góticas, profusamente coberta de hera. Estacionada à frente, uma camioneta de jardinagem denotativamente verde – "Radharc, Landscaping Co." – ou não fossem os imensos relvados do recinto académico autênticas jóias manicuradas:


Para fazer o esboço sentei-me no pequeno passeio defronte, com os pés no asfalto, num lugar para deficientes. Felizmente não estacionou nenhum legítimo ocupante, pelo que pude rabiscar à vontade:


12 de setembro de 2016

JARDIM BOTÂNICO DO PORTO


Foi na tarde deste sábado, dia 10, o 5º Encontro dos PoSk. O sol estava quente depois do almoço, pelo que optámos por começar pelas zonas mais sombreadas do grande recinto. Eu e o António ficámo-nos por um lago bem fresco, coberto por uma espécie de lentilha-de-água verde-limão, junto ao que parecia ter sido um moinho. Uma enorme costela-de-Adão subia por um dos lados da parede de pedra, ao passo que do outro havia um canavial. Deixei o desenho a preto e branco, pois trabalhei os contrastes com mais pormenor:


Quando comecei a sentir a sombra a tornar-se demasiado fresca, procurei o sol, sentando-me num dos jardins de buxo da enorme Casa Andresen. O desenho, bem torto, veio a merecer cor, numa tentativa esforçada de resgate:




Perto da hora do fecho, depois de analisados e comentados os desenhos de todos, posámos para a fotografia da praxe, que custou a sair, pois não acertávamos nem com o enquadramento nem com o temporizador:


Mais uma tarde muito bem passada, com boa companhia e bons desenhos!

10 de setembro de 2016

PRAIA DOS BEIJINHOS


Com o diminutivo parece algo de romântico, quase adolescente, lembrando beijinhos de namorados. Mas esta praia de Leça tem umas rochas dramáticas, escarpadas, cheias de arestas e bicos perversos. No inverno impõe respeito, mas no Verão também não é exactamente convidativa para banhos. Desenhei-a já em Setembro, numa manhã com uma aragem fresca e quase ninguém na praia:



Uma semana antes, um homem de 67 anos morrera ali mesmo, no rebentar das ondas. Segundo as notícias, não se chegou a aperceber do perigo que corria, pois não pediu socorro. A primeira onda embrulhou-o, a segunda atirou-o para as rochas, à terceira já estava sem sentidos. Beijo?... Beijo da morte, talvez.

Mas olhando para a direita, a paisagem torna-se mais domesticada, com barracas, sinalética e e esplanada do restaurante Fuzelhas. Desenhei-a também, num esboço muito rápido, que pensei descartar. Mas aqui o deixo, para marcar a estação balnear que agora finda, com uns banhistas algo incongruentes deitados directamente sobre a areia:



5 de setembro de 2016

ARCO-ÍRIS NA "HIGH STREET"


Foi a minha primeira ida a Galway - e à Irlanda também. No final de Agosto, mais uma conferência, mais uma viagem de trabalho, mais uma oportunidade de juntar o útil ao agradável. O que mais me impressionou desta cidade pitoresca foram as cores. Tantas, em todo o lado! Fachadas garridas e vibrantes, flores aos montes, em todos os tons de uma paleta inusitada, incongruente num clima tão cinzento. E a música, também por todo o lado: na rua, por vezes acompanhada do típico sapateado irlandês, e nos bares - tanto no palco como nas mesas, entre os clientes! O primeiro desenho que fiz foi em plena High Street, onde o arco-íris de que falo não era apenas metafórico:



As bandeiras gay-pride são omnipresentes nesta urbe bóemia e acolhedora, cheia de pubs e restaurantes, banhada por vários cursos de água e com uma costa recortada ali mesmo ao pé.  As cores podem parecer excessivas na minha aguarela trapalhona (e pessimamente digitalizada), mas olhem que nem por isso:



Galway é uma cidade linda para desenhar. Take my word for it!