2 de setembro de 2019

LAGO AZUL


Não, não venho mostrar um desenho da Brooke Shields nos seus tempos áureos. Venho apenas recordar um passeio bem bonito que dei à Zona Centro do país, a Ferreira do Zêzere. Atravessando a povoação e penetrando na floresta, atinge-se um local muito agradável, com praia fluvial e muita natureza. Ficámos num hotelzinho que servia ótima comida, com vista para o rio que, ali, forma uma espécie de albufeira. Daí o nome. Da varanda enorme, fiz um esboço da paisagem, que mesmo ali, aguarelei.

25 de agosto de 2019

ALGUNS NUS


Há tempos tentei praticar o desenho do corpo feminino com trama cruzada, para sinalizar os valores e os contrastes. Não posso dizer que tenha sido totalmente bem-sucedida, mas consegui ver o potencial deste tipo de sombreado. Se treinasse mais, talvez até conseguisse coisas giras. Desta vez ficou assim:



24 de agosto de 2019

DE BONÉ


Mais um auto-retrato, ainda do desafio "Headwear", para o grupo "Self Portrait Sundays". Desta vez, pus rabo-de-cavalo e, para o dito poder acomodar-se, um boné com o orifício providencial. Um sorriso, olhos de soslaio e...está feito!


22 de agosto de 2019

MARINA DE FARO


Num dos dias de férias na Praia Verde, fomos a Faro buscar a minha irmã, que chegava de avião para os meus anos. No final da manhã, antes do almoço junto à marina, aproveitei para desenhar os barcos e os reflexos. Não foi tarefa fácil, tanta era a informação:


Mas mais difícil foi a parte da aguarela, como é sempre, tão elusiva é a gama de brancos que todas as marinas apresentam...




























E aqui fica para a posteridade a desenhadora de caderno na mão, findo o serviço:

21 de agosto de 2019

COLHEITA DE CONCHAS


Na Praia Verde, onde estivemos também em Agosto, junto a Montegordo, quase no extremo leste do Algarve, teria feito mais sentido desenhar as algas e os limos que cobriam de verde o areal junto à linha da água. Mas fiquei-me pelas conchas, num apanhado de várias cores, do ocre ao violeta, do azul ao rosa:


20 de agosto de 2019

ALENTEJO AO SOL


Perto da Zambujeira do Mar há um hotel adorável, feito de casinhas tipicamente alentejanas por fora, mas de desenho sofisticado, embora minimalista, por dentro. É a Herdade do Touril. Já tínhamos lá estado há mais de dez anos, mas todas as tentativas posteriores para repetirmos a experiência foram em vão. Este ano, no entanto, fomos mais previdentes e reservámos com antecedência. O único desenho que fiz nos dias deliciosos que ali passámos foi este:


Fui um pouco preguiçosa e prescindi dos guarda-sóis e espreguiçadeiras, sem os quais, no entanto, seria bem difícil aguentar o sol alentejano, como se vê nesta fotografia tomada logo após acabar o esboço:







19 de agosto de 2019

FÉRIAS A SUL


Para mim, férias grandes continuam a pedir sol e calor, pelo que, mais uma vez, rumámos ao sul. "Alentejo com sabor a mar", dizem eles, e é mesmo: Zambujeira do Mar, linda e fotogénica, com os penedos enormes a erguer-se junto às ondas. Fiz este desenho ao fim da tarde, a meio do promontório:

Aqui fica a fotografia do desenho no local:






24 de julho de 2019

AUTO-RETRATO COM CHAPÉU


Em resposta ao primeiro desafio do grupo "Self Portrait Sundays" (Draw yourself with a hat), um retrato com chapéu. De palha, pois então, que o Verão está aí e o sol não perdoa. Caneta e aguarela por cima, com esboço a lápis por baixo. Se casas e paisagens eu arrisco fazer logo a tinta, retratos não. E, mesmo com esta ajuda, a coisa nem sempre sai a contento. Desta vez, enfim, digamos que fiquei esquisita q.b., com um "stiff upper lip" (expressão inglesa que significa, mais ou menos, ser inexpressivo e não mostrar emoções). Nada mais longe da realidade, eh eh, mas enfim, aqui fica a tentativa:


22 de julho de 2019

AUTO-RETRATO A PRETO-E-BRANCO


Mais um auto-retrato, e mais uma vez a tinta, apenas. Estou a adorar esta prática de "hatching", que tão bem permite fazer os contrastes e marcar os valores. Fiquei com os olhos bastante estranhos, mas gosto da posição da mão a segurar a cara:


18 de julho de 2019

NO TERREIRO DO PAÇO


Tenho pouquíssimos desenhos de Lisboa, pois quando vou é sempre a correr. E, como me parece sempre que hei-de voltar dali a pouco com mais tempo, tendo a adiar. Desta vez, porém, fui ao coração da Baixa de propósito para desenhar a praça pombalina por excelência. Banhada de luz, pejada de turistas, com aquele amarelo forte dos edifícios paralelos ao curso do rio, estava linda, imponente, airosa como uma garça com o pé na água. E ficou assim no meu caderno:



De todos os desenhos que tenho feito ao longo destes quase cinco anos de "urban sketching", devo confessar que este é dos que mais gosto. Sentada nos degraus da estátua, no centro da praça, a versão a preto-e-branco do arco da Rua Augusta saiu-me com fluidez.


Ouviam-se gaivotas e mil línguas em redor, enquanto a brisa do Tejo afagava as pedras brancas.

14 de julho de 2019

SENHOR DA PEDRA


Fomos a Miramar, a sul do Porto, em excursão de desenho, para o Encontro POSK 64. E, depois de um inesquecível almoço em casa do querido Jorge, todos deitámos mãos à obra, concentrados em pleno areal, junto às ondas. O meu desenho da Capela do Senhor da Pedra, com cor aplicada chez moi, ficou assim:


O escaldão no braço esquerdo e no pescoço do mesmo lado foram brinde do Senhor padroeiro, que não se compadeceu com os meus esforços:


Aqui, todos a postos para começar, a fazer boa cara à ventania (moi = segunda à esquerda):

12 de julho de 2019

MAIS AVEIRO


De tarde, do mesmo lado do canal, mas mais para dentro, uma vista bem mais moderna e industrial. Sem torcicolo desta vez, mas com alguns pontapés na realidade. 😄 



Foi o meu segundo desenho no 48º Encontro USkPN / RAW, já depois do lauto almoço no "Centenário". Eis o desenho no local:


9 de julho de 2019

POR AVEIRO


Este sábado, dia 6 de julho, desci até à "Veneza portuguesa". Foi no 48º Encontro dos Urban Sketchers Portugal Norte (USkPN), organizado em conjunto com o RAW (Ria de Aveiro Weekend). Finalmente pude desenhar esta cidade linda e desafogada, cheia de passeios à beira da água. Como não podia deixar de ser, quis captar exemplares arquitectónicos de Arte Nova, pelo que me sentei junto ao canal, de frente para um belo conjunto de fachadas. Por sorte, no ancoradouro atracaram dois barcos moliceiros, dos muitos agora adaptados a passear turistas. Que bom que entraram no meu desenho!



Já os edifícios, enfim, parece que sofreram os efeitos de um torcicolo meu, pelo menos a julgar pela inclinação das fachadas:


8 de julho de 2019

RETRATO DE CORPO INTEIRO


Mais uma incursão minha pelo auto-retrato, este já com um mês, publicado originalmente no grupo "Self-Portrait Sundays". Desta vez, arrisquei um plano à distância, com o corpo inteiro dentro de uma folha A4, olhando-me ao espelho. Gostei desta imagem de mim, descalça, encostada ao armário, desenhando de pé:

30 de junho de 2019

PELA CORDOARIA...


Depois do almoço de aniversário dos PoSk, fiz um segundo desenho, na Cordoaria, mas com muita preguiçaaaaaaaaaaaa... É a minha sina pós-prandial: se apanhar uma cama a jeito, a "siesta" leva sempre a melhor! Mas aqui não tinha cama, pelo que tive de me contentar com o meu banquito de pescador, uma sombra e o meu caderno. Terminado em casa, o desenho, com vários erros, ficou assim:



No local, tive de interromper o esboço nesta fase:


Mas foi por uma boa razão: estava a começar a inauguração da nossa exposição coletiva no bar Espiga. Ali passámos o resto da tarde em bela conversa...

25 de junho de 2019

NO JARDIM DAS OLIVEIRAS


A comemoração do 3º aniversário dos PoSk (Porto Sketchers) deu-se junto aos Clérigos, no chamado Jardim das Oliveiras. É um sítio onde voltamos muitas vezes, por ser tão central e animado. No dia 15 de Junho, um sábado, vários de nós passámos a manhã, justamente, a desenhar oliveiras. A minha ficou assim:


Depois, em casa, transformei-a em algo bastante diferente, mas não tenho a certeza se melhor:


E aqui estamos nós, no retrato de grupo bem divertido, feito ao final da manhã:

18 de junho de 2019

OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO


Um pequeno apontamento de Primavera, feito em pleno Maio: uns lírios do ramo que me deram no Dia da Mãe. Esqueci-me na altura de o pôr aqui, mas faço-o agora:

16 de junho de 2019

UM FORTE SOBRE O MAR


O 62º Encontro dos PoSk (Porto Sketchers) foi no Castelo do Queijo, numa manhã cheia de sol. Um sol forte, no primeiro dia de Junho, mas amenizado pela brisa fresca que vinha das ondas, ali mesmo ao pé. Pelas rochas e pela areia, passeavam pessoas: sozinhas, com o cão, em grupo ou aos pares. Com cheirinho a sal no ar e muito protector nos braços, não fosse eu apanhar o primeiro escaldão do ano, lá me pus a desenhar. O que vi saiu-me assim:

E aqui está o esboço, fotografado mal o acabei:



Todos juntos, no final da manhã, posámos para a sorridente fotografia da praxe:


5 de junho de 2019

PONT DEL BISBE


Em catalão, significa "Ponte do Bispo", mas em rigor não é uma ponte, antes um passadiço sobre uma rua estreita, o Carrer del Bisbe (Rua do Bispo). Fica muito perto da Catedral, numa quelha perpendicular, em pleno Bairro Gótico, e era uma das imagens que mais me tinham ficado na retina desde que, há cerca de 15 anos, tinha ido a Barcelona pela primeira vez:


O desenho no local saiu-me bem, bastante certinho, ou não estivesse eu confortavelmente sentada num degrau providencial e com tempo nas mãos:


Fiz mais desenhos nesta viagem. Aqui os mostrarei em breve.

31 de maio de 2019

POR BARCELONA


Estive na semana passada em Barcelona, a participar numa conferência de dois dias. Antes e depois, tive tempo para passear pela cidade e para a desenhar. Na quarta-feira, recém-aterrada, fui logo de manhã procurar um amigo, até então "virtual", o Joshemari Larrañaga, cujo blogue acompanho há vários anos. Tínhamos combinado que eu me juntaria à Colla dels Dimecres, o grupo que reúne para desenhar Barcelona às quartas-feiras. O ponto de encontro era a "Estació del Nord", com uma linda abóbada central em ferro e vidro e um parque adjacente. O meu desenho, pintado mais tarde, ficou assim:



Como se pode ver, tomei bastantes liberdades de perspectiva na fase do desenho "in loco", ali com uns entortanços de alto-lá-com-eles:


Mas o melhor da manhã foi mesmo conhecer o Joshemari, grande artista de barcos e marinhas, com quem tinha travado uma amizade à distância, através dos blogues e do Facebook. Foi realmente como reencontrar um velho amigo!


Obrigada, Joshemari, por esta manhã inesquecível e pela menção tão simpática que mereci no blogue La Colla dels Dimecres.

19 de maio de 2019

IGREJA DE S. FRANCISCO


O 60º Encontro dos PoSk (Porto Sketchers) aconteceu ontem, sábado, no Largo de S. Francisco. Muitos turistas ali pela Ribeira, muito sol e muito para desenhar! O conjunto arquitectónico do antigo convento de S. Francisco é tão encantador como complexo, com os seus desníveis vários e as diferentes fachadas que se alinham junto a ele:


O desenho no local saiu, por isso, com uns bons gatos, mas pelo menos não desisti! E, é claro, a cor ajuda a esconder essa "gataria"...


A fotografia do grupo, cheia de sorrisos, é um festival de luz:


13 de maio de 2019

BROKEN BICYCLES


Broken bicycles, old busted chains,
With rusted handlebars out in the rain.
Somebody must have an orphanage for
All these things that nobody wants any more!

(Tom Waits, 1982, "Broken Bicycles") 

Estive em Londres em Janeiro, mas só agora pintei os desenhos que lá fiz. Este que aqui trago hoje foi feito numa terça-feira inundada de um sol inesperado. Vi esta esquina  anónima mas com um vizinho eminente (o Museu Britânico)  e adorei o seu 'pub' pintado de um azul escuro forte, engalanado ainda de luzes de Natal. No poste em frente, uma bicicleta com uma só roda jazia, esquecida. Era uma das muitas bicicletas abandonadas que se vê por tantas cidades europeias:


A cena trouxe-me à memória a canção do Tom Waits. E esta, por seu turno, transportou-me para a minha adolescência nos anos 80. Não há como a música para nos fazer reviver recordações antigas, não é?


Aqui fica o desenho, recém-acabado, quando já me gelavam as mãos e a ponta do nariz. Neste caso, tenho que admitir: o desenho só a tinta agrada-me muito mais do que a versão aguarelada. É um daqueles exemplos em que um desenho que nos sai bem pode ser deitado a perder na fase da cor:

7 de maio de 2019

QUEIXO NA MÃO


... ou mão no queixo? Seja o que for, aqui mostro mais um auto-retrato, publicado no grupo "Self_Portrait Sundays". Este foi feito directamente a caneta, sem esboço a lápis. Cada vez gosto mais desta técnica de sombreado a que os ingleses chamam "hatching" e nós "trama". Vou continuar a explorá-la!


6 de maio de 2019

TRÊS QUARTOS


Auto-retrato a 3/4 significa que estamos a olhar pelo canto do olho para nós mesmos ao espelho, enquanto tentamos manter as proporções e fazer algo que não pareça um desenho cubista, com um olho na testa e o nariz na barriga. Bem, a coisa não é pêra doce. Ainda por cima, fiz o desenho directamente a caneta, o que significa que não pude corrigir. Mas gostei do resultado, apesar de a boca estar projectada para a frente e com uma comissura que não tem nada a ver com a minha. Ah, e de o cabelo parecer uma touca... Mas a luz, que vinha de um candeeiro baixo de leitura à minha esquerda, gerou umas sombras giras sobre o rosto:


5 de maio de 2019

NUMA CADEIRA DE PALHINHA


Eis-me sentada em frente ao espelho, de caderno e lápis na mão, resolvida a tentar o meu segundo auto-retrato para o "Self Portrait Sundays". Um retrato de corpo inteiro não é brincadeira, ainda mais quando é feito à vista! Mas, bem, com a borracha à mão tudo se consegue... Só me faltaram os pés! Ficam para outro dia.


1 de maio de 2019

QUEM PASSA POR ALCOBAÇA...


...não passa sem lá voltar. Pois bem, Alcobaça seja, e barroca, e bela! Já foi há uns tempos que ali passei (em Outubro do ano passado, com um sol glorioso de Outono), mas só agora pintei o desenho:

Fi-lo a partir de uma das muitas esplanadas que, do outro lado da imensa praça forrada a calcário, permite aos turistas admirar de longe toda aquela monumentalidade:



24 de abril de 2019

IGREJA DA FOZ


Mais um desenho feito na Foz (o primeiro foi ESTE), num dos encontros PoSk a que consegui ir. Depois do almoço, fomos até à Igreja de S. João da Foz, que se ergue, altiva e monumental, entre o casario da Foz Velha:


E eu, com o meu banquinho, sentei-me já na descida, em equilíbrio um pouco precário dado o desnível do passeio. Mas sobrevivi, e lá saiu o desenho:


E aqui a minha aguarela exposta no Bar ESPIGA, aquando da Comemoração do 3º aniversário dos PoSk, em Junho de 2019:

E com alguns dos ilustres visitantes:




23 de abril de 2019

GAMOS NO PARQUE


Num passeio até à Serra da Lousã em plena Páscoa, ficámos num hotel rodeado de um extenso parque natural, com imensos animais, domésticos e selvagens. Estes últimos eram exclusivamente naturais da Península Ibérica: linces, lobos, raposas, javalis, aves diversas, veados... e gamos. Com as suas manchinhas brancas circulares sobre fundo castanho e as caudas fofas brancas, delineadas a negro, deixaram-se desenhar placidamente, enquanto comiam e dormitavam ao sol:

Olhavam-me por momentos, mas sem medo. E eu, claro, fui aproveitando, e lá consegui captar um ou outro nos seus calmos afazeres de cativeiro. Em casa, acrescentei uma mancha de verde vibrante, a condizer com os apetites inocentemente herbívoros destes seres tão pacatos: