25 de fevereiro de 2019

OUTRO AUTO-RETRATO


Juntei-me (ou melhor, juntaram-me) a um grupo do Facebook que apenas publica auto-retratos. E com uma particularidade: só aos Domingos. Por isso se chama "Selfportrait Sunday". Há-os de todas as formas e feitios, materiais e cores, tamanhos e fôlegos. É um espaço muito interessante e divertido. Como ontem foi Domingo, eis que me pus ao espelho de lápis e caderno na mão. Atenção: o caderno era um bloco "chunga" do meu rapazinho, que encontrei por ali. E saiu isto:


Não sei dizer se estou parecida, ou se apenas o estou em alguns aspectos... A minha irmã disse sem cerimónias que estou com "nariz à Michael Jackson"! Bah! O que importa é que deu para desenferrujar a mão. Outros auto-retratos virão. por certo melhores.

21 de fevereiro de 2019

CERVEIRA INTRAMUROS (II)


O terceiro e último desenho do Encontro USkPN do dia 9 de Fevereiro foi feito também dentro das muralhas e com vista para... as ditas. Pedras e mais pedras, granito e mais granito! E muito musgo e líquenes a insinuar-se pelas frestas e ângulos da construção medieval. Foi D. Dinis quem mandou erguer a fortificação, no início do séc. XIV, portanto. Mais um caso de engenharia sólida e portões baixos, à medida, supõe-se, dos homens medievais:


O desenho foi muito rápido e insatisfatório: começou a chover e eu, a desenhar a partir do jardim em frente (sim, com os pés na terra, no meio dos tufos de plantas, a fazer uma triste figura), tive de desistir a meio, pois as pingas faziam borratar a minha Staedtler, que apesar de ser "à prova de água", não o é antes de secar. Assim, do desenho no local só consegui trazer as linhas gerais da composição e os traços da estrutura...


... e, mesmo estes, borratados q.b.!

19 de fevereiro de 2019

CERVEIRA INTRAMUROS (I)


Os meus segundo e terceiro desenhos no Encontro USkPN em Vila Nova de Cerveira foram feitos de pé, algo raro em mim, e dentro das muralhas. Dantes, funcionava ali uma adorável Pousada de Portugal, com os quartos nas casinhas recuperadas, cada qual independente ou quase, com porta a dar para as ruas da citadela, e as zonas comuns na casa grande -- a Casa dos Governadores. Foi esta que eu apanhei neste desenho, com a muralha à esquerda, a Igreja da Misericórdia no enfiamento da rua e a montanha ao fundo:

Em 2008 a Pousada fechou, estando agora todas as instalações devolutas, mas felizmente em bom estado de conservação:


Não deixa, no entanto, de pairar sobre toda a zona do castelo uma atmosfera nostálgica. E o tempo, cinzento e sempre a ameaçar chuva, não ajudou nada naquele dia...

15 de fevereiro de 2019

ENCONTRO EM CERVEIRA


Este sábado, dia 9, fomos a uma das localidades mais a norte do nosso rectângulo, na fronteira do Rio Minho: Vila Nova de Cerveira. O dia estava péssimo e eu, vinda de Braga, meti-me por caminhos tortuosos de montanha que, debaixo de chuva intensa e ventania a condizer, me fizeram atrasar um bom bocado. Mas lá acabei por me juntar ao grupo USkPN: 34 ao todo, tolhidos de frio mas dedicados à causa "Sketching com História". Era o último encontro da série de dez, que percorreu as principais localidades do Alto Minho, pelo que não quis faltar. A tiritar e com as mãos geladas, comecei por desenhar -- como quase todos -- a entrada para as muralhas medievais:


Aqui está o desenho no local, que tive de interromper (e mais tarde retomar), para escapar à conversa impertinente de um sujeito embriagado, eufemismo para "mega-chato", que resolveu colar-se ao meu lado no banco da praça e discorrer sobre o quanto gostava de ver "dibujar":
-- "Lo haces muy bien, chica!" -- repetia quase junto aos meus ouvidos sem cessar...


A fotografia do fim da jornada foi tirada na mesma rampa de acesso ao castelo (pelo Tofu), com os desenhadores já desconcentrados e ansiosos por regressar ao autocarro quentinho:


E aqui estou eu, a fazer jus ao mote "Ao mau tempo, boa cara"!


13 de fevereiro de 2019

LELLO & COMPANHIA


O segundo registo da minha incursão pela Baixa em finais de Janeiro foi um desenho todo certinho e bem-comportado do conjunto de fachadas em torno da Livraria Lello, hoje célebre e incontornável ponto de encontro de centenas de turistas diários. As cores também me saíram pálidas e sem rasgo, mas foi o que se conseguiu arranjar. Há que mencionar que fiz o desenho à sombra, sentada num paralelepípedo de pedra, que me gelou uma certa parte da anatomia e a inspiração:



Aqui fica também o desenho terminado no local, com mota incluída:

3 de fevereiro de 2019

IGREJA DOS CLÉRIGOS AO SOM TECHNO


Na semana passada fui desenhar para a Baixa. Dia de sol, bonito mas muito frio. Junto aos Clérigos, encostei-me à porta de uma loja em obras, da qual saía um chinfrim de música enlatada. A cada dez minutos aparecia um trolha diferente a assobiar e a palitar os dentes. Faziam-se de desentendidos enquanto davam uma espreitadela à rua, às raparigas que passavam, ou ao meu desenho. A igreja, vista daquele ângulo, é imponente, quase esmagadora. Ao tentar desenhá-la saiu-me uma perspectiva em pirâmide bastante, digamos, discotequeira. Mas o Nasoni perdoou-me, eu sei, pois vi-o por ali também a bater o pé.


No local, foi um desafio não me perder pelos caprichos da belíssima fachada barroca -- que, com deslizes e patinagens mais ou menos artísticas, lá saiu em meia hora:


Gosto da liberdade destes traços gatafunhados, embora os tente pouco (lembro-me desta outra igreja, também desenhada assim, ou desta também...). Tenho de gatafunhar mais vezes. :)