29 de janeiro de 2018

FIM DE ANO NA ESTAÇÃO


Ando com os desenhos atrasados e com a agenda baralhada. Este Encontro dos PoSk / Porto Sketchers foi antes do que mostrei aqui, mas só agora o publico. Aconteceu no dia 30 de Dezembro, um dia antes do Ano Velho, portanto. Um sábado à tarde — cheio de gente, e ruído, e compras de última hora. Já no ano passado ali nos tínhamos encontrado, e eu desenhei a Estação de S. Bento vista do outro lado da rua. Desta feita, optei por me sentar num dos degraus da Estação, olhando de frente para a Rua Mouzinho da Silveira. O desenho, com três guindastes incluídos e a Sé do lado esquerdo, ficou assim:



Perto do solstício de inverno, o sol pôs-se cedíssimo, pelas cinco da tarde, iluminando a partir da zona do rio os prédios ascendentes. Felizmente eu já estava a dar a "obra" por concluída. É um relevo acidentado e complexo, este da zona de S. Bento e da Sé:


E aqui estou eu, compenetrada no meu afã "desenhístico", (bem) apanhada pelo Abnose:


Um mestre da rapidez e do traço (o Paulo J. Mendes) captou-me neste curioso retrato, feito em menos de 5 minutos:


E aqui estamos todos, bem sorridentes e com a sensação de dever cumprido:

Esperemos que, em Dezembro, haja de novo uma despedida de ano neste sítio, que é afinal um dos locais mais típicos, rudes e barulhentos do Porto!

23 de janeiro de 2018

POR CASA


Desenhar também é bom no aconchego do lar, sobretudo num dia frio e cinzento — e ainda mais se for domingo. Para não enferrujar a mão pus-me anteontem a rabiscar a sala, a partir do sofá. O esboço lá foi saindo, com um pontapé aqui e outro ali, esticadelas por um lado e encolhimentos por outro:



Mas pintar é que não é nada fácil quando as cores são o branco sobre branco e vários tons neutros. Enfim, lá me valeram os apontamentos de cor dos objectos e dos livros. A luz, essa, esteve sempre tímida, e depressa se apagou, com o sol a pôr-se pelas cinco e meia. Que saudades dos dias grandes de Verão!


16 de janeiro de 2018

UMA CAPELA INSUSPEITA


Este sábado, dia de meteorologia temperamental, tivemos mais um Encontro PoSk (Porto Sketchers), desta vez na Rua dos Caldeireiros. Depois de um saboroso almoço (com uns filetes de polvo deliciosamente tenros), dirigimo-nos calmamente, rua abaixo, à procura do que apetecesse desenhar. Na verdade, apetecia tudo: a rua tem tanto de íngreme como de típica. De repente, à esquerda, surgiu o que parecia uma casa com um enorme oratório ao nível do primeiro andar. Era uma capela! Capela de Nª Senhora da Silva, dizia a placa, com oratório do séc. XVIII. Parámos logo ali, claro. O meu desenho, muito fracote e com erros crassos de perspectiva que tentei corrigir atabalhoadamente, ficou assim:


Quase no final da sessão de desenho, durante a qual o sol brilhou, um céu que de repente se pôs ameaçador desabou sobre nós com uma chuva gelada. Mas não há elementos que detenham os PoSk! Corajosamente, com guarda-chuvas e arrepios, ainda conseguimos tirar uma bela fotografia de grupo (por Abnose):


11 de janeiro de 2018

DE PAPAGAIO AO OMBRO


Já tinha aqui escrito que, depois do falecimento do Jacinto, o meu canário despenteado, estava com ânsias de adoptar um novo pássaro (leia-se "comprar", já que não conheço onde se adoptem pássaros). Pois bem, eis o Óscar:


É um psitacídeo, um Pyrrhura Hypoxantha, de flancos amarelos sob as asas, oriundo do sudoeste do Brasil. Bastou-me vê-lo na loja de animais, de olho vivo e cabecinha levantada, fazendo-se ao cumprimento, que logo percebi que tinha de ser aquele. Não era o mais bonito, longe disso: havia lá outros com plumagens bem mais coloridas e poupas bem mais majestosas, mas eram apáticos e indiferentes. Também não era o mais económico: outros papagaios mais vistosos eram mais baratos. E também não era, decididamente, o de maior porte: digamos que ao pé de outros parecia um mini-papagaio. Mas este, com a sua cabecita escura, as enormes pálpebras brancas, tipo palhaço, e os olhos bojudos com ângulo (dir-se-ia) de 360º, tipo camaleão, fez-me rir. E a forma como me olhou nos olhos abanando o bico enorme para cima e para baixo derreteu-me o coração. Veio logo comigo para casa. E, em casa, depressa começámos a fazer concorrência aos piratas:


Pois é, de papagaio ao ombro! Na verdade, não tardou muito a que o habituasse a ser mansinho. No início,