[Aviso à navegação: este é um post excepcionalmente longo.
Arranjar uma cadeira.]
Tenho adiado trazer aqui memórias de Paris por saber que qualquer coisa que tente desenhar já terá sido vista um milhão de vezes. Não conheço nenhuma cidade mais pintada do que Paris, ou alguma em que se vejam tantos pintores de rua no seu afã eterno. Por isso, quando finalmente me decidi, saudosa, rabiscar a cidade, resolvi evitar o Sena a todo o custo, a Torre Eiffel, claro está, e outros lugares-comuns como o Sacré Coeur e Notre Dame. Vou desenhar uma esquina, decidi. Uma cena de rua, com gente e carros, talvez um monumento, sim, mas em segundo plano. Ah, e uma esplanada! Como desenhar Paris sem as suas esplanadas? Mãos à obra, pensei, determinada. E saiu-me isto:
O que aqui vêem é o Café de la Paix, com a Ópera a espreitar em segundo plano. (Comi ali certa vez um mille feuilles com - imagine-se - pétalas de rosa que, além de me custar uma fortuna, me deu a impressão que estava a engolir um perfume de avó.) Quando acabei o desenho, longe estava eu de saber, por muito que pressentisse a concorrência esmagadora, que...