30 de março de 2019

PAULA REGO


Mais uma personalidade feminina portuguesa na minha galeria de retratos para o desafio #portraitchallenge_2019. A deixa, desta vez, era "artista". Paula Rego é única, complexa, visceral. Polémica para os que se chocam com facilidade, genial para todos os que se deixam atrair pelas "histórias" que os quadros contam. Histórias estranhas e crípticas, talvez por isso magnéticas. Histórias de um mundo que é só dela, e que dela transportam a marca inconfundível. É, talvez, a mais internacional de entre os artistas plásticos portugueses de todos os tempos.

29 de março de 2019

CATARINA EUFÉMIA


Do nome tinha apenas uma vaga ideia. Sabia que era uma lutadora alentejana, mas desconhecia os contornos da história. Sei agora que esta jovem mulher é bem merecedora desta pequena homenagem, ela que foi celebrada por Sophia e que continua viva na memória de tantos. 


Assassinada aos 26 anos, Catarina Eufémia (1928-1954) foi uma camponesa analfabeta, mãe de 3 filhos, que liderou um grupo de 14 mulheres trabalhadoras na tentativa de reclamar melhores salários. Morreu no local de trabalho com o filho mais novo nos braços, de três tiros disparados por um GNR que nunca foi a julgamento. Mantém-se símbolo da resistência ao regime fascista português e é a minha segunda resposta ao desafio de desenho #portraitchallenge_2019, deixa "Líder" -- no feminino, pois claro. Que rosto tão delicado, mas tão determinado, ela tinha!

24 de março de 2019

A "MINHA" FLORBELA ESPANCA


Sim, digo "minha", porque nem a maturidade refreou este encantamento da minha juventude. Gosto do ímpeto, gosto do excesso e gosto da teatralidade desta escrita toda feita de emoção! Gosto do estilo grandiloquente e retórico, um pouco 'démodé' se visto à luz dos dias de hoje, em que a arte, julgando soltar-se, se prende ao quotidiano... E gosto até do egocentrismo exacerbado, tão romântico, tão trágico... A grande Florbela foi a minha primeira retratada feminina no desafio do Instagram chamado #portratit_challenge_2019, deixa "Autor". De tantas personalidades possíveis que admiro, preferi homenagear as mulheres e, porque não, figuras portuguesas. Pois aqui está quem amava "perdidamente" e era, porque poeta, "maior do que os homens"...


Em honra desta sensibilidade superlativa e inspiradora, celebrada por Pessoa, deixo aqui um dos meus exercícios de poesia (não é para rir!), também ele feito do ritmo que, pendularmente, evoca um passado perdido. É verdade: ainda hoje, por vezes, escrevo sonetos "à maneira de Florbela" (salvas, é claro, as devidas distâncias, de que estou muito humildemente ciente)! 

MUITO TEMPO

Já faz tempo, muito tempo, que não vejo,
Pelas ruas da cidade adormecida,
O teu rasto, sempre dúbio, que o desejo
Transfigura face à dor em mim tecida.

Já há anos, tantos anos, que te sinto
Alheio e longe, num lugar desconhecido,
Tão estranho, transformado, bem distinto
Do que eras, ou a mim tinhas parecido.

Tua imagem nunca mais será igual,
Tua voz, teu gesto, já sem esperança,
De mim se afastam, para sempre, sem que o sinta.

Já são outros estes tempos, afinal,
Sem augúrio de afago ou de bonança,
E eu sou vento, sou memória quase extinta.

22 de março de 2019

CAMÉLIAS


Foi um repto lançado aos PoSk (Porto Sketchers) através dos ASk (Aveiro Sketchers) no final de Fevereiro: desenhar camélias para uma exposição sobre as ditas, a ter ligar na Estação de S. Bento. Desenhar flores nem sempre é fácil, pois muito depressa se cai nos tons garridos e nas composições "pimba"... Numa primeira abordagem -- que, por pudor, não mostro aqui -- foi justamente esses erros que cometi. Mas à segunda lá me saiu uma coisita mais aceitável:




E aqui está a minha contribuição, devidamente emoldurada, na exposição:



10 de março de 2019

SERRA DA ESTRELA II


O meu segundo desenho no passeio à neve-sem-neve não levou cor, coitado. Mas até teria merecido, não tivesse eu sido acometida de um ataque de preguicite de férias:


Aqui apareço eu, equilibrada junto ao precipício, com vento gélido a zumbir-me aos ouvidos, mas um sol lindo a iluminar tudo:




8 de março de 2019

NA SERRA DA ESTRELA


No fim-de-semana do Carnaval, um passeio à serra. Depois de quinze dias com temperaturas de quase 25º em pleno Fevereiro, parecia impossível encontrar algo de semelhante a neve. Mas, surpresa das surpresas, na Torre havia-a! No chão, é um facto, e não a cair, mas mesmo assim vimo-la, mexemos-lhe e brincámos nela. E eu, com o meu caderno de desenhos e bons agasalhos, pude fazer uns sarrabiscos. Este calhau gigantesco perto do cume estava mesmo a pedir um desenho:


Ao vivo, notam-se dois míseros pedaços de neve, para salvar a honra do convento:



É divertido desenhar montanhas, pois é pouco rigoroso e bastante intuitivo. Hei-de voltar a fazê-lo!

2 de março de 2019

REI, REININHO, REINAR...


Embarquei em mais um desafio de desenho, o #portraitchallenge_2019, no Instagram. Retratos? Pois sim, adoro. E, como não gosto nada da onda "selfie" dos dias que correm, com toda a gente a olhar apenas para o seu umbigo, quero praticar o retrato alheio. E começo em grande. Viva RR!


Começo em grande e começo pelos músicos, se bem que o Rui Reininho, letrista maior, encaixe também na categoria de poeta, ou "autor". É preciso explicar que as categorias do desafio são oito:


E é preciso explicar também que o RR e eu já nos sentámos a uma mesma mesa, para uma, cof-cof, entrevista! Não acreditam? Ora vejam:


E é isto. Não estou mesmo nada, nada vaidosa.