30 de setembro de 2025

A VER COMBOIOS

Os PoSk foram este sábado a Lousado, no distrito do Porto, visitar o Museu Ferroviário. Foi um encontro de que gostei particularmente, pois gosto de desenhar carros e máquinas de diversos tipos de automobilidade 😊. Sentei-me bem de frente para um conjunto imponente de três locomotivas, que pareciam avançar sobre mim com as suas longas chaminés e enormes faróis. E ali fiquei pouco mais de uma hora, não a praticar "train spotting" mas "train watching". Como eram três os históricos comboios, fiz três desenhos num só:

O comboio à minha esquerda:

O do meio:

E o da direita (com um Poskiano de brinde):


Couberam todos nas duas páginas do meu caderno, ficando assim:

No local, o desenho a linha:

... um momento do ofício de concentração (fotografia: cortesia de Abnose):

E o grupo de amigos na fotografia final:

8 de setembro de 2025

AMOURE

Não é um erro ortográfico; é mesmo assim que se chama o novo hotel de Braga, o segundo na cidade com cinco estrelitas. Bem, na cidade mesmo, não, mas numa localidade próxima. O nome "Amoure" deve~se justamente ao facto de o hotel ficar em Moure, perto de Braga: ou seja, em francês, "à Moure". Pertence à cadeia Maison Albar, de que também há um belo hotel nos Aliados, no Porto. Pois fui jantar a Moure e passar no hotel, quase a cheirar ainda a novo, uma noite regalada. Na manhã seguinte, tive algum tempo para um desenho, sentada à sombra, na parte de trás do casarão: 

Saiu quase tudo mal no desenho apressado. A caneta, desadequada para o papel poroso da aguarela, engrossou as linhas e quase borratou. A perspetiva, cheia de pontapés. E os meus verdes foram um fracasso absoluto -- sobretudo o da casa, a léguas do tom acinzentado do original...  Paciência! Fica a memória de uma celebração feliz.

7 de setembro de 2025

FAZER ONDAS

Fazê-las, não no sentido figurado, mas com tintas e pincel. Bem, e marcador! Neste desenho tentei registar uma onda que embate violentamente num rochedo, espirrando gotículas em todas as direções. Pela primeira vez usei uma Poska, tentando dar conta dos salpicos... 


E já que falamos de ondas, confesso que não é muito a minha "onda" tentar novos materiais. Às tantas, sou pouco flexível, ou pouco audaciosa! Mas reconheço que uma tinta opaca (oposta à aguarela, portanto) dá bastante jeito em casos como este. 😅

4 de setembro de 2025

FRÉSIAS NUM FRASCO

Frésias amarelas, lindas na sua fragilidade, de pétalas quase transparentes, trémulas à menor brisa. Encontrei dois raminhos num frasco n'A Brasileira. Sempre me atraiu pintar o vidro e a água, ambos translúcidos e potenciadores de luz:

31 de agosto de 2025

O «MEU» ARMANDA PASSOS

Saio aqui do meu registo habitual, para prestar homenagem a uma das minhas pintoras favoritas: Armanda Passos (1944-2021), artista do Porto com linguagem universal. Usei acrílico e aguarela sobre papel, de dimensões bem maiores (50x65cm) que o A5 em que costumo desenhar. 

Nesta composição, tentei recriar os estranhos répteis, peixes e pássaros da pintora, que pairam em torno das suas mulheres ambíguas, entre o sagrado e o profano, o sublime e o terreno. São tantos e tantas que vou mostrá-los mais isoladamente:

A matrona-mor
Uma ninfeta, entre duas madres superioras
Outra matrona, esta com vocação de polícia sinaleira
O passaroco de mau humor
Anfíbios vários
Parte da trupe voadora

De todos os bicharocos, o meu filho, de 14 anos, disse preferir o passarão no centro, com penas de pavão, apoiado na anca da matrona-mor.  😄

29 de agosto de 2025

ERVA-DOS-CACHOS-DA-ÍNDIA

Colhi este raminho numa valeta em pleno Gerês Também conhecida por "tintureira", é uma espécie dita invasora, com origem na América do Norte (nome científico: Phytolacca Americana), vendo-se bastante no norte de Portugal. Aqui ainda em flor, a tintureira adquire bagos gordos, de um preto azulado, formando um cacho vistoso sobre um caule roxo. Como muitas coisas vistosas, é enganadora -- e perigosa: todas as partes da planta são tóxicas:


Tenho pena de não ter trazido um cacho maduro. O segundo que tentei desenhar estava ligeiramente mais carnudo, mas longe da maturação total:

28 de agosto de 2025

MAR, GAIVOTAS E FLORES SILVESTRES

Nunca me canso do mar de Leça. Desta vez, acrescentei-lhe duas inquilinas de direito e um pezinho de dedaleiras, colhido à beira da estrada.

Aqui fica o mar:

...as gaivotas:

...e as flores silvestres (dedaleiras ou digitalis purpurea):

E agora as duas páginas:

27 de agosto de 2025

PERSPETIVAS DE "O BEIJO"

A escultura de Rodin é perfeita de todos os ângulos, contrariamente às versões bidimensionais que aqui mostro. Mas foi um prazer percorrer com a caneta linhas tão suaves e fluidas. (A cor é pura fantasia, claro! 😊)

25 de agosto de 2025

AUTO-RETRATO EM CONTRALUZ

A imagem, a linha e aguarela, evoca uma tarde serena de Agosto, em que desenho no meu caderno novo. Estou num quarto fresco, quando lá fora o calor abrasa. Serenidade, desenhos e Verão: só prazeres, portanto.

24 de agosto de 2025

PINHAS E BOLOTAS

Um desenho fora de época, com tons outonais ou até natalícios, mas o tempo nas férias não se rege pelo relógio nem pelo calendário…

23 de agosto de 2025

TRAJES MENORES

Mais um apanhado de gente em trajes menores, totalmente alheios à quase completa nudez que exibem. É um dos mistérios da praia, onde os códigos de pudor e recato subitamente se esfumam para dar lugar a um registo de displicente liberdade.


20 de agosto de 2025

BUGANVÍLIAS

 ... do Algarve, claro, onde abundam em viço e glória:


Pu-las no meu caderno ao lado da Falésia, perto da qual colhi este raminho:

10 de agosto de 2025

PRAIA DA FALÉSIA

Juntem a arriba (típica do Algarve) com a largueza (rara no Algarve) e obtenham uma simples maravilha. E aqueles tons de terracota? Está decidido: é a minha praia preferida!

Aqui o desenho no local:

E que feliz fico de gozar Agosto inteiro sem passar por aeroportos...

9 de agosto de 2025

ABÓBADAS NA SALA DE ESTAR

Não é todos os dias que podemos ler o jornal (ok, ou fazer scroll no telemóvel) numa sala enorme cujo teto lembra as catedrais góticas:


Este convento -- S. Paulo, no Redondo -- deu-me pano para mangas, tantas eram as coisas "desenháveis"... Mas com isto termino este capítulo da minha narrativa de férias. Passemos ao seguinte!

8 de agosto de 2025

PEQUENO-ALMOÇO NO CLAUSTRO

Portugal ainda tem destas coisas: claustros genuínos, conservados sem intervenções violentas, onde se toma o pequeno-almoço. Um pequeno luxo, de tranquilidade e frescura, no meio de nenhures:

7 de agosto de 2025

MERGULHO NO VERÃO ALENTEJANO

Ainda a Serra d'Ossa, ainda a serenidade... No Convento de S. Paulo, na zona do Redondo, a piscina é das mais encantadoras que já vi: construída na colina, tem muros caiados de branco puro e laranjeiras em redor. A paisagem espraia-se, impoluta, pelos desníveis suaves da serra, sem uma única construção à vista, apenas árvores e as ondulações do terreno... Como se fosse pouco, é uma daquelas piscinas antigas, fundas, onde se nada a sério, sem pé, com o zumbido das cigarras em redor:

E o chuveiro? Vejam-no, envolto numa trepadeira silvestre:

6 de agosto de 2025

AO CREPÚSCULO NO CONVENTO

O Convento de São Paulo é belo de todos os ângulos e a todas as horas. Quando cai a noite, as luzes exteriores acendem-se e a fachada da igreja assume tons dourados, que o calor alentejano acentua:

A temperatura estava generosa mesmo ao fim do dia mas, ali na serra, há sempre uma leve brisa que refresca:


No interior, quis desenhar as lamparinas de azeite que, ao longo dos corredores, os iluminam tenuemente. E, de volta ao quarto (ou o que foi em tempos uma "cela" dos frades), apeteceu-me captar a cómoda, o candeeiro e a porta. Ok, admito que aquele jogo de luz e sombra ficou muito longe da realidade, mas aqui deixo o registo:

5 de agosto de 2025

AZULEJOS CONVENTUAIS

Nos longos corredores do convento de S. Paulo, no concelho do Redondo, os painéis de azulejos são uma maravilha. Tentei desenhar o friso superior de uma das inúmeras cenas bíblicas que ali se podem ver:

Encaixei o desenho nas páginas já aguareladas:


No final, o meu caderno ficou assim:

4 de agosto de 2025

JANELA COM VISTA SOBRE A SERRA

No Convento de S. Paulo, na Serra d’Ossa, os dias passam devagar. E há tanto para desenhar! Desde logo, a pequena janela do meu quarto, com a namoradeira de pedra, forrada a azulejo:


E as vistas sobre a serra alentejana? Lindas! Em ângulo de 160º, tentei captar a extensão do olhar. À direita, uma das alas externas de quartos; à esquerda, o bar; ao fundo, o Alentejo a perder de vista:


E aqui, apenas o desenho, a que seria acrescentado ainda um friso de azulejos do interior do convento:

3 de agosto de 2025

OUTRA CAPELINHA EM MIRAMAR

De tarde, fomos em direção ao mar, mas eu não avancei até à praia. Já tinha desenhado a capela do Senhor da Pedra (aqui) e receei não estar à altura de um desafio igual. Por isso, fiquei-me pela praça central e por outra capelinha, em torno da qual havia um espelho de água:

   

O desenho no local, rápido e simples, ficou assim:

No final do dia, conversámos amenamente junto às colheitas da jornada (a imagem é cortesia do Ruiqs):

E, antes de nos despedirmos, tivemos direito a novo registo do encontro: