8 de setembro de 2025

AMOURE

Não é um erro ortográfico; é mesmo assim que se chama o novo hotel de Braga, o segundo na cidade com cinco estrelitas. Bem, na cidade mesmo, não, mas numa localidade próxima. O nome "Amoure" deve~se justamente ao facto de o hotel ficar em Moure, perto de Braga: ou seja, em francês, "à Moure". Pertence à cadeia Maison Albar, de que também há um belo hotel nos Aliados, no Porto. Pois fui jantar a Moure e passar no hotel, quase a cheirar ainda a novo, uma noite regalada. Na manhã seguinte, tive algum tempo para um desenho, sentada à sombra, na parte de trás do casarão: 

Saiu quase tudo mal no desenho apressado. A caneta, desadequada para o papel poroso da aguarela, engrossou as linhas e quase borratou. A perspetiva, cheia de pontapés. E os meus verdes foram um fracasso absoluto -- sobretudo o da casa, a léguas do tom acinzentado do original...  Paciência! Fica a memória de uma celebração feliz.

7 de setembro de 2025

FAZER ONDAS

Fazê-las, não no sentido figurado, mas com tintas e pincel. Bem, e marcador! Neste desenho tentei registar uma onda que embate violentamente num rochedo, espirrando gotículas em todas as direções. Pela primeira vez usei uma Poska, tentando dar conta dos salpicos... 


E já que falamos de ondas, confesso que não é muito a minha "onda" tentar novos materiais. Às tantas, sou pouco flexível, ou pouco audaciosa! Mas reconheço que uma tinta opaca (oposta à aguarela, portanto) dá bastante jeito em casos como este. 😅

4 de setembro de 2025

FRÉSIAS NUM FRASCO

Frésias amarelas, lindas na sua fragilidade, de pétalas quase transparentes, trémulas à menor brisa. Encontrei dois raminhos num frasco n'A Brasileira. Sempre me atraiu pintar o vidro e a água, ambos translúcidos e potenciadores de luz:

31 de agosto de 2025

O «MEU» ARMANDA PASSOS

Saio aqui do meu registo habitual, para prestar homenagem a uma das minhas pintoras favoritas: Armanda Passos (1944-2021), artista do Porto com linguagem universal. Usei acrílico e aguarela sobre papel, de dimensões bem maiores (50x65cm) que o A5 em que costumo desenhar. 

Nesta composição, tentei recriar os estranhos répteis, peixes e pássaros da pintora, que pairam em torno das suas mulheres ambíguas, entre o sagrado e o profano, o sublime e o terreno. São tantos e tantas que vou mostrá-los mais isoladamente:

A matrona-mor
Uma ninfeta, entre duas madres superioras
Outra matrona, esta com vocação de polícia sinaleira
O passaroco de mau humor
Anfíbios vários
Parte da trupe voadora

De todos os bicharocos, o meu filho, de 14 anos, disse preferir o passarão no centro, com penas de pavão, apoiado na anca da matrona-mor.  😄

29 de agosto de 2025

ERVA-DOS-CACHOS-DA-ÍNDIA

Colhi este raminho numa valeta em pleno Gerês Também conhecida por "tintureira", é uma espécie dita invasora, com origem na América do Norte (nome científico: Phytolacca Americana), vendo-se bastante no norte de Portugal. Aqui ainda em flor, a tintureira adquire bagos gordos, de um preto azulado, formando um cacho vistoso sobre um caule roxo. Como muitas coisas vistosas, é enganadora -- e perigosa: todas as partes da planta são tóxicas:


Tenho pena de não ter trazido um cacho maduro. O segundo que tentei desenhar estava ligeiramente mais carnudo, mas longe da maturação total:

28 de agosto de 2025

MAR, GAIVOTAS E FLORES SILVESTRES

Nunca me canso do mar de Leça. Desta vez, acrescentei-lhe duas inquilinas de direito e um pezinho de dedaleiras, colhido à beira da estrada.

Aqui fica o mar:

...as gaivotas:

...e as flores silvestres (dedaleiras ou digitalis purpurea):

E agora as duas páginas:

27 de agosto de 2025

PERSPETIVAS DE "O BEIJO"

A escultura de Rodin é perfeita de todos os ângulos, contrariamente às versões bidimensionais que aqui mostro. Mas foi um prazer percorrer com a caneta linhas tão suaves e fluidas. (A cor é pura fantasia, claro! 😊)

25 de agosto de 2025

AUTO-RETRATO EM CONTRALUZ

A imagem, a linha e aguarela, evoca uma tarde serena de Agosto, em que desenho no meu caderno novo. Estou num quarto fresco, quando lá fora o calor abrasa. Serenidade, desenhos e Verão: só prazeres, portanto.

24 de agosto de 2025

PINHAS E BOLOTAS

Um desenho fora de época, com tons outonais ou até natalícios, mas o tempo nas férias não se rege pelo relógio nem pelo calendário…

23 de agosto de 2025

TRAJES MENORES

Mais um apanhado de gente em trajes menores, totalmente alheios à quase completa nudez que exibem. É um dos mistérios da praia, onde os códigos de pudor e recato subitamente se esfumam para dar lugar a um registo de displicente liberdade.


20 de agosto de 2025

BUGANVÍLIAS

 ... do Algarve, claro, onde abundam em viço e glória:


Pu-las no meu caderno ao lado da Falésia, perto da qual colhi este raminho:

10 de agosto de 2025

PRAIA DA FALÉSIA

Juntem a arriba (típica do Algarve) com a largueza (rara no Algarve) e obtenham uma simples maravilha. E aqueles tons de terracota? Está decidido: é a minha praia preferida!

Aqui o desenho no local:

E que feliz fico de gozar Agosto inteiro sem passar por aeroportos...

9 de agosto de 2025

ABÓBADAS NA SALA DE ESTAR

Não é todos os dias que podemos ler o jornal (ok, ou fazer scroll no telemóvel) numa sala enorme cujo teto lembra as catedrais góticas:


Este convento -- S. Paulo, no Redondo -- deu-me pano para mangas, tantas eram as coisas "desenháveis"... Mas com isto termino este capítulo da minha narrativa de férias. Passemos ao seguinte!

8 de agosto de 2025

PEQUENO-ALMOÇO NO CLAUSTRO

Portugal ainda tem destas coisas: claustros genuínos, conservados sem intervenções violentas, onde se toma o pequeno-almoço. Um pequeno luxo, de tranquilidade e frescura, no meio de nenhures:

7 de agosto de 2025

MERGULHO NO VERÃO ALENTEJANO

Ainda a Serra d'Ossa, ainda a serenidade... No Convento de S. Paulo, na zona do Redondo, a piscina é das mais encantadoras que já vi: construída na colina, tem muros caiados de branco puro e laranjeiras em redor. A paisagem espraia-se, impoluta, pelos desníveis suaves da serra, sem uma única construção à vista, apenas árvores e as ondulações do terreno... Como se fosse pouco, é uma daquelas piscinas antigas, fundas, onde se nada a sério, sem pé, com o zumbido das cigarras em redor:

E o chuveiro? Vejam-no, envolto numa trepadeira silvestre:

6 de agosto de 2025

AO CREPÚSCULO NO CONVENTO

O Convento de São Paulo é belo de todos os ângulos e a todas as horas. Quando cai a noite, as luzes exteriores acendem-se e a fachada da igreja assume tons dourados, que o calor alentejano acentua:

A temperatura estava generosa mesmo ao fim do dia mas, ali na serra, há sempre uma leve brisa que refresca:


No interior, quis desenhar as lamparinas de azeite que, ao longo dos corredores, os iluminam tenuemente. E, de volta ao quarto (ou o que foi em tempos uma "cela" dos frades), apeteceu-me captar a cómoda, o candeeiro e a porta. Ok, admito que aquele jogo de luz e sombra ficou muito longe da realidade, mas aqui deixo o registo:

5 de agosto de 2025

AZULEJOS CONVENTUAIS

Nos longos corredores do convento de S. Paulo, no concelho do Redondo, os painéis de azulejos são uma maravilha. Tentei desenhar o friso superior de uma das inúmeras cenas bíblicas que ali se podem ver:

Encaixei o desenho nas páginas já aguareladas:


No final, o meu caderno ficou assim:

4 de agosto de 2025

JANELA COM VISTA SOBRE A SERRA

No Convento de S. Paulo, na Serra d’Ossa, os dias passam devagar. E há tanto para desenhar! Desde logo, a pequena janela do meu quarto, com a namoradeira de pedra, forrada a azulejo:


E as vistas sobre a serra alentejana? Lindas! Em ângulo de 160º, tentei captar a extensão do olhar. À direita, uma das alas externas de quartos; à esquerda, o bar; ao fundo, o Alentejo a perder de vista:


E aqui, apenas o desenho, a que seria acrescentado ainda um friso de azulejos do interior do convento:

3 de agosto de 2025

OUTRA CAPELINHA EM MIRAMAR

De tarde, fomos em direção ao mar, mas eu não avancei até à praia. Já tinha desenhado a capela do Senhor da Pedra (aqui) e receei não estar à altura de um desafio igual. Por isso, fiquei-me pela praça central e por outra capelinha, em torno da qual havia um espelho de água:

   

O desenho no local, rápido e simples, ficou assim:

No final do dia, conversámos amenamente junto às colheitas da jornada (a imagem é cortesia do Ruiqs):

E, antes de nos despedirmos, tivemos direito a novo registo do encontro:

2 de agosto de 2025

TRÊS ANJOS NUMA ROTUNDA

Já tinha ido com os POSK a Miramar, onde o nosso Jorge tinha acabado de adquirir o seu apartamento e onde desenhámos a capela do Senhor da Pedra (ver AQUI), Desta vez, percorremos as ruas arborizadas, perfeitamente geométricas, parando aqui e ali para registar as casas burguesas que por ali abundam. Eu cheguei um pouco tarde, pelo que, de manhã, só consegui desenhar uma escultura de três anjos, no centro de uma rotunda:



Eis o esboço no local:

E ali tirámos a primeira fotografia do dia:

26 de julho de 2025

NO JARDIM DAS SETE BICAS

Foi o POSK 135. Num dos raros dias de Julho em que as vagas de calor se fizeram sentir também no litoral, ainda que sempre com menos intensidade (30ºC, ao passo que no interior estavam mais dez), os Porto Sketchers reuniram-se de novo em Matosinhos, num jardim bastante concorrido que eu desconhecia. À sombra, claro, fiz dois desenhos: o primeiro, ao qual chamei "A balaustrada da desastrada", abstenho-me de mostrar aqui (sim, foi um desastre de perspetiva e de cores). No segundo, optei por um plano mais simples, da fachada lateral da igreja, em contraluz. Deste não me envergonho tanto:

No local, somo sempre, só fiz o desenho:

E aqui deixo o grupo, sempre bem disposto:

23 de julho de 2025

A PÉROLA DO BOLHÃO

A minha resposta ao desafio #storefront2025. Uma aguarela sem linha, para variar, de uma das lojas mais encantadoras do Porto: