A abrir a Gran Via, na esquina com a Calle Alcalá, está um dos edifícios mais marcantes de Madrid, o Metrópolis. Inaugurado em 1911, exibe estatuária variada e uma cúpula majestosa encimada por um Ícaro contemplativo. As colunas coríntias inscrevem-no num estilo assumidamente neoclássico. Sentei-me num banco junto à Igreja de S. José, do outro lado da avenida, e lá me pus a desenhar. Foi um esboço difícil, com muitos detalhes, pelo que só me atrevi a passá-lo a tinta já em casa, corrigindo aqui e ali. E a aguarela, como é hábito, também só veio depois:
O trânsito na Gran Via é reconhecidamente caótico, e nesta tarde não foi excepção. Era tanto o movimento e tão frenético que volta e meia os carros me impediam de ver o objecto do meu desenho. Tive de optar por despir a avenida de quase todos. Mas ficou um comercial ligeiro, um táxi e outro automóvel semi-oculto, para não dar à cena um ar desolado, de "day after"...
Pintei também o Edifício Grassy, que surge logo a seguir no alinhamento da Gran Via. E, por fim, o céu. Alto, solto, a perder de vista - e a mostrar que, por comparação, até os edifícios mais imponentes se tornam pequenos:
Até breve!
Miú