O Encontro dos USK-Portugal teve lugar pelo segundo ano consecutivo em Castelo de Vide. Para mim, foi a primeira vez num encontro nacional e estava muito entusiasmada com a visita de três dias a uma cidade que acho encantadora. Mas o tempo trocou-nos as voltas. Com a chuva, tivemos de adiar o passeio à barragem e às pontes e ficar pela zona urbana. A Casa da Inquisição, programada para o último dia, domingo, foi por isso antecipada para sexta-feira. A visita vale a pena, mas trata-se de uma espécie de Madame Tussauds dos horrores. Para os instrumentos de tortura ainda íamos preparados; com o que não contávamos era com aquelas figuras de silicone tão vivas, tão realistas -- que, obviamente, o meu desenho não captou. Nesta cena, um suposto herege é submetido ao potro, um aparelho destinado a cortar a circulação sanguínea nos braços e pernas, levando à necrose e à amputação:
Aqui, outra desgraçada é queimada viva num auto de fé:
E nesta encenação aparece uma figura sinistra, rodeada de parafernália sacra, que mais não é do que um inquisidor:
Aqui deixo dois registos dos desenhos ao vivo:
A Inquisição Portuguesa prolongou-se do séc. XVI ao XIX, espalhando terror por todo o território nacional. Estima-se que tenham sido queimadas vivas em autos-de-fé cerca de 1200 pessoas e torturadas várias dezenas de milhar.
ResponderEliminarCastelo de Vide, vila com uma proeminente comunidade judaica, recebeu várias vezes a visita do “Visitador”, ou inquisidor ambulante, que era uma forma de ampliar a presença inquisitória por todo o País.
Este museu homenageia a memória das vítimas destes crimes terríveis.
Parabéns pelos desenhos, que captam o dramatismo das cenas.
Obrigada pela habitual contextualização histórica, Carlos, e pelo simpático apoio. :)
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