A minha gata costuma aproveitar-se do meu colo durante o inverno, ignorando-me com altivez quando fica calor. Nestes dias mais frios, é certo e sabido: quando me sento, lá vem ela. E eu deixo, claro. Como resistir-lhe? Enroscada sobre as minhas pernas, ronrona deliciada enquanto me autoriza a fazer-lhe festas. Hoje, entre um afago e outro, vi-a tão sossegada que resolvi tentar um retrato. Pedi que me trouxessem um espelho e mo colocassem em frente. Desta vez usei primeiro o lápis — e ainda bem, pois tive de apagar várias vezes. Mas lá acabou por sair, com a roupa amarrotada, a caneta na mão inversa e a Naná a servir de secretária:
E aqui fica o registo do momento em fotografia, com dentes incluídos, na qual se pode ver...
a cor límpida e cristalina daqueles olhos felinos, impossível de captar pelo meu pincel inábil:
a cor límpida e cristalina daqueles olhos felinos, impossível de captar pelo meu pincel inábil:
A Naná só pulou do meu colo quando me ergui para ir buscar as aguarelas. Por ela, podia posar para mais dois ou três retratos... Quanto a mim, vou aproveitar para mudar a minha imagem de perfil, que me acompanha, imagine-se, desde Fevereiro de 2015. Portanto, lá vai esta ali para cima.