Na semana passada fui desenhar para a Baixa. Dia de sol, bonito mas muito frio. Junto aos Clérigos, encostei-me à porta de uma loja em obras, da qual saía um chinfrim de música enlatada. A cada dez minutos aparecia um trolha diferente a assobiar e a palitar os dentes. Faziam-se de desentendidos enquanto davam uma espreitadela à rua, às raparigas que passavam, ou ao meu desenho. A igreja, vista daquele ângulo, é imponente, quase esmagadora. Ao tentar desenhá-la saiu-me uma perspectiva em pirâmide bastante, digamos, discotequeira. Mas o Nasoni perdoou-me, eu sei, pois vi-o por ali também a bater o pé.
No local, foi um desafio não me perder pelos caprichos da belíssima fachada barroca -- que, com deslizes e patinagens mais ou menos artísticas, lá saiu em meia hora: