Pois eu não perdi o 5º Encontro dos USkPN este sábado no Porto. E que bom foi conhecer algumas das pessoas que partilham o mesmo gosto pelos rabiscos e tintas! Da parte da manhã, estivemos no museu. Por muito fã que eu seja do local - e das suas linhas "Siza", puras e serenas - a verdade é que, para desenhar e sobretudo aguarelar, aquilo é tudo menos fácil! Para começar, a luz: sendo tanto zenital (do tecto) como multilateral (surgindo de todas as paredes), origina sombras que ou se cruzam ou se anulam, complicadas ainda mais pela luz artificial, vinda de frestas insuspeitas, muitas vezes do chão. E as cores? Branco sobre branco - o mais difícil de captar. Se juntarmos a isto linhas assimétricas e oblíquas, temos receita para desaire de sketching... Bem, mas "para a frente que atrás vem gente"! As minhas obras-primas começaram logo no átrio:
Esta espécie de árvore-de-natal de ferro velho, da autoria da polaca Monika Sosnowska, ocupava o centro da sala, sob a clarabóia gigante, elevando-se acima do primeiro andar. Sentei-me na escada e dali captei alguns visitantes-barra-zombies... Aqui, pelo menos, os frisos de mármore "marfil" davam a possibilidade dos beges!
De seguida, desci até ao piso do fundo, com amplas aberturas para o jardim. Apanhei ali o Fábio, sentado à chinês com o bloco no joelho, e imitei-o. As plantas que aqui vêem eram artificiais e moviam-se sob o efeito de uma célula sensível ao movimento. As pessoas aproximavam-se e as plantas começavam a abanar como se estivessem ao vento. Escusado será dizer que os miúdos, aos saltos, provocavam autênticos vendavais. Este foi também o único esboço que pintei in situ:
Por fim, parei na sala da rampa. E tive a sorte de ter sido autorizada a sentar-me na cadeira da vigilante! Um luxo. A instalação era um conjunto de pedras talhadas, amontoadas ao acaso. Fizeram-me lembrar o episódio (comentado nos telejornais) daquela instalação que uma empregada de limpeza destruiu pensando tratar-se de restos de obra... A janela central é, ela própria, um quadro:
Da parte da tarde, jardins. São lindos de morrer, os jardins de Serralves, mas o tempo não esteve pelos ajustes. Depois deste esboço da fachada da Casa Rosa, começou a chuviscar... E ficou por aqui o meu labor de desenhadora. As cores de aguarela, essas, já foram adicionadas em casa:
Vamos ficar à espera de mais encontros! Para já fica o registo, pela lente do Abnose, da minha "chã" pessoa em Serralves, apanhada em pleno exercício destrut- , perdão, criativo: