Foi esta terça-feira, na FCSH da Nova, que vi ao vivo o autor de As Horas, tríptico belíssimo que lhe valeu o Pulitzer e a fama hollywoodesca. Anfiteatro cheio: muitos académicos, muitos alunos, alguns curiosos, uma ou outra cara pública. E uma palestra luminosa, emotiva, a prender tudo e todos de início ao fim, com um humor descontraído e uma atitude totalmente despretensiosa. Tão diferente de tantas primas-donas que pululam por aí! E a simpatia... Uma simpatia espontânea, fácil, contagiante. Aqui deixo o meu registo:
Nesta tarde recém-primaveril em Lisboa, alguém lhe perguntou da plateia sobre o acto criativo da escrita. Da resposta dele retive três ideias cristalinas. Foram mais ou menos isto (desculpem se a minha memória empobrece as palavras que ouvi):
- "Nine out of ten of my Creative Writing students say they write for themselves. Right. So I make an elaborate cake to eat it all by myself? No, everybody writes for the readers."
- "Some days I write only three sentences. And they are trash. Some other days, I write seven pages. And they seem to be pretty good! It's a mystery."
- "Bad writing differs from good writing just as dead writing differs from writing that is living. Writing that is living makes you feel: love, sorrow, fear, passion."