Dizia um antigo professor meu que felizmente os alunos não envelhecem nunca. Assim parece, realmente. Ao passo que nós, como toda a gente, vamos mostrando cada vez mais a idade, temos sempre alunos jovens à nossa frente, como se o tempo não passasse por eles. Ano após ano conhecemos turmas novas, cheias de caras frescas como alfaces:
O meu professor tinha razão. Uma das coisas boas da nossa profissão é lidarmos com gente jovem e saudável. Em princípio, claro. Não lidamos com a doença, como os médicos e os enfermeiros, nem com o conflito, como os advogados e os juízes, nem com a burocracia, como os funcionários e os técnicos. É claro que, por vezes, também nos deparamos com casos de doença, conflito e (é certo) uma boa dose de burocracia. Mas não é essa a natureza do que fazemos. Cabe-nos ensinar e acompanhar pessoas na flor da idade, que querem aprender, fazer coisas, "começar" a vida – e este impulso de renovação e recomeço consegue contagiar-nos. Os alunos são sempre diferentes, claro, a cada semestre que passa, mas na memória acumulada e confundida ano após ano, é como se fossem sempre os mesmos, imutáveis, sempre jovens. Sempre com 20 anos... Por isso, a Alexandra, o Tiago e a Joana – alunos meus que tento retratar acima – representam, apesar de únicos e irrepetíveis na sua individualidade, essa essência de juventude que aos meus olhos continuamente se repete e eterniza.
O meu professor tinha razão. Uma das coisas boas da nossa profissão é lidarmos com gente jovem e saudável. Em princípio, claro. Não lidamos com a doença, como os médicos e os enfermeiros, nem com o conflito, como os advogados e os juízes, nem com a burocracia, como os funcionários e os técnicos. É claro que, por vezes, também nos deparamos com casos de doença, conflito e (é certo) uma boa dose de burocracia. Mas não é essa a natureza do que fazemos. Cabe-nos ensinar e acompanhar pessoas na flor da idade, que querem aprender, fazer coisas, "começar" a vida – e este impulso de renovação e recomeço consegue contagiar-nos. Os alunos são sempre diferentes, claro, a cada semestre que passa, mas na memória acumulada e confundida ano após ano, é como se fossem sempre os mesmos, imutáveis, sempre jovens. Sempre com 20 anos... Por isso, a Alexandra, o Tiago e a Joana – alunos meus que tento retratar acima – representam, apesar de únicos e irrepetíveis na sua individualidade, essa essência de juventude que aos meus olhos continuamente se repete e eterniza.